Executivo da Wirecard é preso em Munique por suspeita de fraude

Oliver Bellenhaus, um executivo da Wirecard, fintech de pagamentos alemã, foi preso em Munique nesta segunda-feira (6). A notícia vem à tona duas semanas depois que o ex-presidente da empresa, Markus Braun, foi preso por fraude contábil.

Os promotores de Munique prenderam Oliver Bellenhaus, que dirigia uma das principais unidades da Wirecard no caso de fraude contábil da empresa. O executivo foi encontrado em seu apartamento no edifício Burj Khalifa, em Dubai. Segundo oficiais da justiça, ele permanecerá sob custódia da polícia por representar um risco de fuga e alteração de provas.

A CardSystems, controlada pelo executivo no Oriente Médio, era a maior unidade individual do grupo Wirecard. Ela representava supostamente cerca de 40% dos lucros da Wirecard nos últimos anos. No entanto, suas declarações financeiras não eram preparadas por uma empresa de auditoria local. Em vez disso, os documentos eram supervisionados pela EY na Alemanha, como parte da auditoria geral do grupo.

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Bellenhaus é o segundo funcionário de alto escalão da Wirecard a ser preso depois do CEO Markus Braun, que foi solto por pagar fiança. Os promotores disseram que estão investigando vários suspeitos adicionais que não podem ser citados “por questões táticas”.

Os promotores alemães estão realizando uma investigação criminal sobre a Wirecard, cuja sede fica nos subúrbios de Munich. Braun, que foi preso e libertado sob fiança de  € 5 milhões (cerca de R$ 30 milhões), negou irregularidades. Anteriormente, ele havia recusado os pedidos para comentar sobre seu papel na Wirecard e em uma das empresas parceiras, Al Alam Solutions em Dubai, fundamental para a suposta fraude.

Wirecard informou sobre o pedido de insolvência em junho

A Wirecard informou que apresentará às autoridades do país um pedido de insolvência, após revelar a inexistência de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10,7 bilhões) em seu balanço, que dizia ter lucrado ao longo de mais de uma década.

Veja também: Wirecard: ex-presidente é preso por fraude contábil

O caso tomou proporções relevantes após dois bancos nas Filipinas negarem a existência de contas no valor de € 1,9 bilhão em nome da Wirecard de meios de pagamento. As instituições financeiras ainda informaram nunca terem tido posse desses recursos.

Daniel Guimarães

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