EUA investigam esquema de propina para executivos da Petrobras

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está investigando Rodrigo Garcia Berkowitz, antigo negociador de petróleo da Petrobras (PETR4). Ele foi acusado no Brasil de integrar um esquema de corrupção que envolvia as tradings de commodities Vitol, Glencore e Trafigura.

Investigado no Brasil por aceitar milhões de dólares em propinas, Berkowitz mora em Houston, no Texas. Ele tem cooperado com as autoridades dos Estados Unidos na investigação e pode sofrer acusações em território americano. O brasileiro mantém conversas com a Procuradoria do Distrito Leste de Nova York.

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Conforme publicado pela Folha de S.Paulo, promotores brasileiros disseram que executivos de empresas de commodities estavam envolvidos em pagamentos indevidos a executivos da Petrobras. Segundo eles, Berkowitz trabalha diretamente com essas empresas.

Pelo menos US$ 31 milhões (R$ 115,3 milhões) foram pagos em propina para executivos da Petrobras por pessoas da Vitol, da Glencore e da Trafigura. Os repasses asseguravam vantagens em negócios.

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A cooperação das autoridades americanas sinaliza que elas se juntaram à nova fase da Operação Lava Jato. Nesse âmbito, mais de 130 pessoas já foram presas, entre políticos e empresários na América Latina.

Procuradores dos Estados Unidos podem estar apurando os esquemas dessas empresas em seu território, uma vez que alguns desses fundos foram movimentadas por meio de sistemas financeiros na América do Norte e Europa. As propinas pagas a executivos da estatal petrolífera passaram por contas nos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Suécia, Suíça e Uruguai, segundo informações das autoridades brasileiras. Isso permitiu aos agentes americanos investigarem violações na legislação de seu país.

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O chefe das operações da Vitol nos Estados Unidos, Mike Loya, é mencionado em documentos brasileiros que acusavam Berkowitz, entre outros, de ter conhecimento dos esquemas ilícitos de negociação. Nem Loya, tampouco, Vitol, Trafigura e Glencore quiseram comentar sobre o caso.

Guilherme Caetano

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