Eneva (ENEV3) não apresentará nova oferta pela AES Tietê (TIET11), diz CEO

A Eneva (ENEV3) não apresentará uma nova oferta de aquisição pela AES Tietê (TIET11). A informação foi divulgada nesta segunda-feira (18) pelo CEO da empresa de geração de energia elétrica, Pedro Zinner.

“No atual momento, nossa decisão é realmente concentrar os esforços na execução de nosso plano estratégico. No momento não pretendemos apresentar uma nova proposta pela AES Tietê”, declarou o presidente da Eneva falando em uma teleconferência sobre os resultados da empresa.

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No dia 1º de março a Eneva tinha apresentado uma oferta hostil para a aquisição dos ativos da AES Tietê. A operação era avaliada em R$ 6,6 bilhões, dos quais R$ 2,75 bilhões pagos em dinheiro aos acionistas e o restante em ações.

Entretanto, no dia 20 de abril o conselho de administração da AES Tietê rejeitou a oferta, argumentando que o valor subavaliava seus ativos e que a operação não tinha sentido estratégico para a empresa. Isso pois a elétrica tinha se concentrado em energias renováveis enquanto a Eneva orientou seus investimentos em geração termelétrica com combustíveis fósseis.

Após essa decisão do conselho, a BNDESPar, a divisão operacional de investimentos do BNDES, pediu a convocação de uma assembleia dos acionistas da para avaliar a proposta de fusão.

O banco público de investimento, proprietário de 28,3% do capital da AES Tietê, pediu que a assembleia ocorra no dia 1° de março. Em carta ao Conselho de Administração, o BNDES salientou que o pedido não é uma análise do mérito da oferta, mas que é competência dos acionistas a avaliação da proposta, e não a administração da geradora.

Saiba mais: Conselho da AES Tietê (TIET11) recusa fusão proposta pela Eneva

O banco público de investimento, proprietário de 28,3% do capital da AES Tietê, pediu que a assembleia ocorra no dia 1° de março. Em carta ao conselho de administração, o BNDES salientou que o pedido não é uma análise do mérito da oferta, mas que é competência dos acionistas a avaliação da proposta, e não a administração da geradora.

“A administração da AES Tietê tem também o dever fiduciário de convocar uma assembleia geral, dado que, nos termos da legislação aplicável, a matéria deve ser apreciada e deliberada pela coletividade de acionistas da AES Tietê no fórum social adequado, qual seja, a assembleia geral da companhia, independentemente do teor da manifestação proferida por seu conselho de administração”, escreveu a BNDESPar na carta.

Saiba mais: AES Tietê (TIET11) poderia negociar novamente com a Eneva (ENEV3)

Segundo o Banco, é competência do colegiado da empresa negociar os melhores termos para a operação, mas a assembleia decidir sobre a eventual aprovação.

Todavia, após essa recusa, a Eneva tinha informado que continuava estudando a possibilidade de formular uma nova proposta. Mas nesta segunda o diretor financeiro da empresa, Marcelo Habibe, declarou que estão avaliando outras oportunidades de negócios.

“O momento, também, é de dificuldades financeiras de outras empresas e outros projetos, que acabam levantando outras oportunidades. A gente está olhando essas coisas aqui, continuamos ativos olhando o crescimento da companhia”, explicou Habibe.

Entenda a proposta de fusão com a AES Tietê

A proposta da Eneva pela fusão poderia criar a segunda maior geradora privada de energia do Brasil, com faturamento anual de cerca de R$ 5 bilhões.

No início da operação, a AES Tietê chegou a criticar os termos da proposta feita pela Eneva, mas mesmo assim contratou assessores financeiros e legais para analisarem a oferta.

Carlo Cauti

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