Eneva (ENEV3) cancela oferta de debêntures por turbulências no mercado

A Eneva (ENEV3) cancelou na última sexta-feira (13) o pedido de registro de uma oferta de debêntures simples por um valor de R$ 600 milhões. Segundo um comunicado da elétrica, o cancelamento teria sido motivado pela “atual conjuntura de mercado desfavorável” à transação.

No dia 13 de março a Eneva tinha apresentado o pedido de registro da oferta – cuja emissão seria em duas séries – junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A decisão de cancelar a operação ocorre em um momento de tensões nos mercados financeiros globais. A epidemia de coronavírus (covid-19) está provocando fortes incertezas entre os investidores, preocupados cada vez mais com os impactos econômicos da epidemia.

Bolsa em queda livre!? Aproveita as maiores oportunidades da bolsa brasileira com nosso acesso Suno Premium.

Segundo a nota divulgada pela Eneva, os pedidos de reserva para as debêntures serão automaticamente cancelados. Os eventuais pagamentos serão reembolsados em cinco dias úteis

Eneva apresenta proposta de fusão com a AES Tietê

No começo de março a Eneva apresentou uma proposta de fusão com a AES Tietê (TIET11).  A companhia de geração de energia controlada pelo BTG Pactual (BPAC11) e pelo fundo Cambuhy Investimentos propôs cerca de R$ 6,6 bilhões, sendo 60% em ações e 40% em dinheiro para a empresa paulista.

Saiba mais: Eneva envia nova carta à AES Tietê para negociar possível fusão

Segundo a Eneva, a operação levanta a possibilidade da troca de 0,0461 ação ordinária de emissão da Eneva para cada papel ordinário ou preferencial de emissão da AES Tietê, equivalente a 0,2305 por UNIT.

Além disso, haveria mais uma parcela em dinheiro de R$ 2,750 bilhões, o que representaria R$ 1,38 por ação, seja ordinária ou preferencial, e R$ 6,89 por UNIT.

Caso seja aprovada, a fusão criará a segunda maior geradora privada do Brasil, com capacidade de geração de 6,1 mil megawatts (MW) e faturamento anual de R$ 5 bilhões. O valor de mercado da Eneva, nesta segunda-feira (2), é de R$ 13,48 bilhões, enquanto o da AES Tietê é de R$ 6,07 bilhões.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240-Banner-Home-1.png

De acordo com o fato relevante, “a proposta apresentada ao Conselho de Administração da AES Tietê visa a agregar os negócios das duas companhias, resultando na unificação das bases acionárias em uma companhia aberta listada no Novo Mercado da B3, com sólido portfólio de ativos, recursos complementares e potencial de se beneficiar de significativas sinergias operacionais e financeiras”.

A Eneva, no entanto, ressalta que a proposta está sujeira à aprovação pelos acionistas da empresa e da AES Tietê reunidos em assembleia geral, à aprovação prévia do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e à aprovação prévia da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Carlo Cauti

Compartilhe sua opinião