Enel reverte prejuízo e registra lucro de R$ 69 milhões no 1º trimestre

A Enel Distribuidora São Paulo divulgou um lucro de R$69 milhões nos primeiros três meses de 2019. O valor permitiu à antiga Eletropaulo reverter o prejuízo do mesmo período no ano anterior. No início de 2018, a distribuidora teve um prejuízo de R$ 5,4 milhões.

O Ebtida da Enel foi de R$ 99 milhões, uma alta de 18,4% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. O Ebtida é o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.

A distribuidora elétrica apresentou alta de 8,3% na receita líquida na comparação anual. No total, foram R$ 3,46 bilhões.

O aumento de mercado da Enel foi de 4,4% no período. O avanço foi influenciado pela temperatura no estado de São Paulo. Com o calor, o consumo de energia aumentou.

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Prejuízo em 2018

A Enel registrou um prejuízo líquido de R$ 157 milhões no quarto trimestre de 2018. A perda registrada pela Enel foi 83,9% menor em relação ao mesmo período de 2017.

No acumulado de 2018, a empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 315,26 milhões. Um valor 64% menor em relação aos R$ 876,55 milhões registrados em 2017.

Relembre o caso

A Enel adquiriu a Eletropaulo em junho de 2018, mudando seu nome no final do mesmo ano. A aquisição ocorreu após uma dura disputa com a Neoenergia  e com a Energisa. A empresa italiana ganhou, pagando R$ 5,552 bilhões por 73% da distribuidora paulista, tornando-se líder na distribuição de energia no Brasil.

A disputa pela Eletropaulo começou em março de 2018. A Enel fez uma oferta de valor desconhecido para obter a participação da AES no negócio. Em seguida, a Energisa fez um investida de R$ 19,38 por cada ação da empresa.

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Depois disso, a Neoenergia (grupo espanhol Iberdrola) entrou na disputa e passou a brigar com a Enel lance a lance. Por causa dos valores altos dados pelas rivais, a Energisa acabou desistindo do negócio.

A Neoenergia chegou a fechar um acordo com a Eletropaulo, mas a emissão dos papéis foi suspensa por causa de uma proposta ainda maior da Enel. Mas a empresa espanhola chegou a pedir uma arbitragem para evitar de perder o negócio.

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Além disso, a disputa entre as empresas alcançou a União Europeia (UE). A Neoenergia alegou que a Enel tinha vantagem sendo uma estatal, e não competindo segundo as regras de mercado. Mas a companhia italiana declarou que as queixas feitas visavam apenas atrapalhar uma concorrência justa.

Com a compra do controle da Eletropaulo, a Enel passou a ser líder em distribuição de energia. Desta forma, ganhou 7 milhões de consumidores para sua base de clientes no Brasil, que alcançou 17 milhões.

A empresa italiana prometeu investir entre 2019 e 2021 R$ 3,1 bilhões de reais na distribuidora paulista. Os investimentos servirão para realizar melhorias na qualidade de serviço e também na instalação de equipamentos e sistema de telecontrole.

Esse sistema será utilizado para o monitoramento e gestão em tempo real das redes, gerando aumento na confiança e na eficiência. Além disso, a Enel atuará na modernização e digitalização da rede elétrica. Outra mudança será no aplicativo da distribuidora, que terá novas funções, por exemplo a renegociação de dívida.

 

Beatriz Oliveira

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