Empréstimos de multinacionais para filiadas foi cinco vezes maior em 2018

Multinacionais emprestaram US$ 32,3 bilhões (R$ 123,11 bilhões) para suas filiais sediadas no Brasil durante 2018. O valor é cinco vezes maior que o adquirido no ano anterior, US$ 6,2 bilhões (R$ 23,63 bilhões). O valor reflete a recuperação lenta da economia brasileira.

Os empréstimos feitos pelas multinacionais às suas filiadas aconteceu por  conta das dificuldades enfrentadas pela economia brasileira. Além disso, o montante é liberado quando as filiais precisam ter acesso ao crédito mais barato, quando se preparam para fazer um investimento.

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De acordo com os dados do Investimento Direto no País (IDP), do Banco Central, referentes a 2018, mostra que a ajuda foi pedida porque a indústria e o setor de serviços tiveram dificuldades, por conta da recuperação lenta da economia nacional.

No período, enquanto os pedidos de “socorro” cresciam, as compras, fusões ou expansão de empresas no Brasil caiu 12,5%, saindo de US$ 64 bilhões para US$ 56 bilhões em um ano.

O setor industrial recebeu dois terços dos recursos vindo de operações intercompanhias em 2018. No entanto, a indústria geralmente é o principal destino do dinheiro.

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Produção industrial

A produção industrial brasileira registrou uma contração de 0,8% em janeiro, na comparação com dezembro. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em comparação com o resultado registrado em janeiro de 2018, a queda da produção industrial foi de 2,6%. Essa contração anulou a alta de 0,2% observada em dezembro em comparação com novembro. Um resultado que indica como setor industrial permanece fraco e não consegue crescer de forma intensa no início de 2019.

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Queda em 13 de 26 setores industriais

Entre os ramos da produção industrial pesquisados pelo IBGE, 13 em 26 registraram uma queda na produção em janeiro, na comparação com dezembro. Entre eles estão:

  • Produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-10,3%),
  • Indústrias extrativas (-1,0%),
  • Máquinas e equipamentos (-2,9%),
  • Celulose, papel e produtos de papel (-2,6%),
  • Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,8%),
  • Outros equipamentos de transporte (-5,1%),
  • Couro, artigos para viagem e calçados (-3,2%)
  • Veículos automotores, reboques e carrocerias (-0,5%).

Por outro lado, foi registrado um aumento na produção de:

  • Produtos alimentícios (1,5%),
  • Bebidas (6,1%),
  • Outros produtos químicos (3,6%),
  • Produtos de metal (3,2%),
  • Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,7%)
  • Produtos têxteis (4%).

Esses resultados mostram uma recuperação muito lenta da economia brasileira. A atividade do setor industrial continua muito abaixo do nível alcançado antes da crise econômica de 2015-2016, obrigando as multinacionais a fazerem empréstimos bilionários para suas filiadas se manterem no país.

Renan Bandeira

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