Embraer (EMBR3) informa que irá fazer reajustes na produção e nas despesas

A terceira maior fabricante de aviões do mundo, Embraer (EMBR3), informou neste domingo (26) que irá reajustar os seus níveis de produção e despesas. A medida acontece após o anúncio de que o acordo com a Boeing, de US$ 4,2 bilhões (cerca de R$ 23,8 bilhões), não irá acontecer.

“Estamos tomando medidas adicionais para preservar nossa liquidez e manter nossas finanças sólidas durante esses tempos turbulentos”, informou a Embraer.

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A empresa também afirmou que encerrou o ano passado com o caixa sólido e não possuía “divida significativa para os próximos dois anos”. Além do reajuste no nível de produção e nas despesas, a Embraer também irá ajustar o estoque, estender os ciclos de pagamento e buscar financiamento.

Boeing desiste de acordo bilionário com Embraer

A Boeing desistiu do acordo bilionário com a brasileira Embraer, devido a crise da pandemia do novo coronavírus. A negociação da brasileira com com a norte-americana consistia na fusão das duas empresas, com participação de 80% da Boeing.

Além da crise ocasionada pela pandemia de coronavírus, a Boeing sofre pressões políticas do presidente do Donald Trump com as medidas para manter a empresa viva em meio as dificuldades. O acordo bilionário já havia sido aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e tinha até a última sexta-feira (24) para ser ratificado.

“A Embraer era uma fonte importante para os engenheiros para viabilizar a montagem de um novo Boeing do tamanho médio, mas não parece que esse projeto sairá do papel tão cedo”, disse o vice-presidente da consultoria de aviação norte-americana, Teal Group, Richard Aboulafia, à revista Veja.

“O único problema mais sério para eles é que não terão uma aeronave para concorrer com a Airbus, que tem o modelo A220, mas isso não é uma prioridade para companhia”, completou Aboulafia.

A quebra do acordo, segundo o vice-presidente, acarretará em uma multa entre US$ 75 milhões e US$ 100 milhões.

Veja também: Embraer (EMBR3): funcionários aprovam medida de redução salarial

A Embraer, por sua vez, confirmou, no último sábado (25), a desistência do acordo e informou que a Boeing rescindiu “indevidamente” o tratado entre as empresas na área comercial.

Além disso, a brasileira disse que a empresa norte-americana “fabricou falsas alegações como pretexto para tentar evitar seus compromissos de fechar a transação”.

O texto divulgado pela Boeing afirma que a empresa “exerceu seu direito de rescindir [o acordo] após a Embraer não ter atendido as condições necessárias”.

No comunicado da Embraer, entretanto, a empresa contesta as acusações e diz estar em conformidade com suas obrigações, cumprindo todas as condições necessárias para o acordo. Além disso, afirma que buscará as medidas cabíveis contra a Boeing, pelos danos sofridos pela rescisão do acordo.

Juliano Passaro

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