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Economia teria crescido até 1,54% em 2019 sem choques, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a economia do Brasil poderia crescer até 1,54% em 2019, caso não fosse afetada por choques. A declaração ocorreu nesta quinta-feira (17) durante a reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI).

De acordo com Campos Neto, a crise na Argentina, a desaceleração econômica global e o rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, foram alguns dos fatores que contribuíram para a queda do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País.

O presidente do BC explicou que a crise argentina refletiu, de forma negativa, em 0,18 ponto percentual na economia do Brasil. Já o impacto da retração mundial foi de 0,29 ponto percentual. O desastre de Brumadinho afetou a economia em 0,20 ponto.

“Há expectativa de recuperação econômica. O IBC-Br mostra melhora recente”, apontou o economista.

Política monetária

O presidente da instituição monetária afirmou que uma mudança positiva no cenário econômico pode gerar novos cortes na taxa básica de juros. Segundo o economista, a atividade econômica e as perspectivas de inflação influenciarão diretamente nos próximos passos da política monetária.

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Campos Neto ressaltou que o cenário econômico atual ‘prescreve política monetária estimulativa’. Este tipo de política monetária prevê juros mais baixos.

“A consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo”, disse o presidente do BC.

Campos Neto fala sobre desaceleração da economia global

O presidente do BC declarou que as incertezas sobre o comércio mundial continuam. De acordo com Campos Neto, as incertezas econômicas são consequências da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Saiba mais: Riscos de desaceleração econômica global continuam, diz Campos Neto

O economista ressaltou que a probabilidade de que ocorra uma recessão econômica nos EUA está crescendo. “O cenário externo segue incerto, e os riscos associados a uma desaceleração mais intensa da economia global permanecem”, afirmou.

As reformas da Previdência e tributária foram apontadas como fatores necessários para o avanço econômico brasileiro.

Caso as reformas sejam interrompidas, Campos Neto ressaltou que a inflação pode subir e os prêmios de risco do País podem ser prejudicados. “A continuidade desse processo é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia”, afirmou o presidente do BC.

Giovanna Oliveira

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