Duratex: fábricas da controlada da Itaúsa estão ‘praticamente paradas’

O presidente da controladora da Duratex (DTEX3), a Itaúsa (ITSA4), Alfredo Setúbal, afirmou na última quinta-feira (16) que as fábricas da maior empresa nacional de painéis de madeira e louças e metais sanitários estão “praticamente paradas”. A queda na demanda por conta das medidas de restrição devido ao coronavírus (Covid-19) é o fator responsável por tal cenário. As informações foram citadas pelo executivo em um debate virtual do Credit Suisse.

Como medidas de prevenção em meio a essa pandemia, a Duratex deu férias aos colaboradores da empresa e tem utilizado instrumentos legais para que não haja demissões. “A Duratex produziu até dias atrás, fez um bom estoque e está atendendo a demanda. As lojas de materiais de construção estão abertas, mas a procura evidentemente é pequena” disse Setúbal.

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O executivo também afirmou que as operações da Alpargatas, cujo a Itaúsa também é controladora, também tem sofrido com os impactos do coronavírus. Apesar de ver sinais negativos na exportação à Europa, Setúbal disse que na Ásia já há indícios de melhora. “Vemos sinais bastante positivos na Ásia, o que mostra que a atividade na região começou a se recuperar”, disse o executivo.

Visão do presidente da maior acionista da Duratex sobre a economia

O presidente da Itaúsa ainda afirmou que há espaço para um novo corte na taxa de juros e o Banco Central (BC) está “demorando muito” para tomar essa decisão em meio a crise que já está sendo vivida. “Isso ajudaria muito as empresas que têm empréstimos vinculados à Selic e ao CDI a ter mais fôlego”, afirmou Setúbal.

Resultados da companhia no 4T19

Em meados de fevereiro, a Duratex apresentou seu resultado referente ao quarto trimestre de 2019. A companhia anunciou que conseguiu reverter o prejuízo de R$ 141,9 milhões no período de outubro a dezembro de 2018, e lucrou R$ 284,7 milhões no mesmo intervalo de 2019.

No entanto, a Duratex apresentou uma queda de 6% no lucro líquido no acumulado anual. Enquanto em 2018 a empresa teve ganhos na ordem de R$ 431,7 milhões, o lucro, no ano passado, foi de R$ 405,7 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, no quarto trimestre do ano passado, foi de R$ 278,3 milhões. A alta foi de 17,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Considerando 2019 inteiro, o Ebitda foi de R$ 908,9 milhões, alta de 7,1%.

A empresa destaca uma maior eficiência operacional “resultando em uma contínua melhora da margem Ebitda, que atingiu 15,3% no quarto trimestre e 15,5% em 2019″.

A receita líquida consolidada da Duratex subiu 17,6% na comparação trimestral, atingindo R$ 1,4 bilhão. O montante leva em conta a parcela referente à venda de ativos florestais para a Turvinho Participações e a Bracell SP Celulose.

Juliano Passaro

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