Domicílios sem renda chegam a 22,2% no País, segundo Ipea

A taxa de domicílios sem nenhuma renda ou com renda muito baixa cresceu no Brasil no quarto trimestre de 2018. Os dados foram publicados nesta quarta (20) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A proporção de domicílios sem renda provinda do trabalho subiu de 21,5% no último trimestre de 2017 para 22,2% no mesmo período de 2018, de acordo com o Ipea. Os domicílios com renda muito baixa passaram de 29,8% para 30,1%. Já os de renda baixa caíram de 21,1% para 11,4%.

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Se considerar o mesmo período em 2013, a diferença é maior. Na época, os domicílios sem renda do trabalho correspondiam a 18,6% e os domicílios de renda muito baixa, a 27,5%. A faixa de renda que menos oscilou foi a de renda alta, cuja proporção era de 2,2% em 2013, contra 2,1% no último trimestre.

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A proporção dos domicílios por faixa de renda proveniente do trabalho

  • Sem renda: 21,5% (4º tri de 2017) | 22,2% (4º tri de 2018)
  • Renda muito baixa: 29,8% (4º tri de 2017) | 30,1% (4º tri de 2018)
  • Renda baixa: 12,1% (4º tri de 2017) | 11,4% (4º tri de 2018)
  • Renda média baixa: 16,5% (4º tri de 2017) | 17,7% (4º tri de 2018)
  • Renda média: 13,2% (4º tri de 2017) | 12,3% (4º tri de 2018)
  • Renda média alta: 4,9% (4º tri de 2017) | 4,5% (4º tri de 2018)
  • Renda alta: 2% (4º tri de 2017) | 2,1% (4º tri de 2018)

A pesquisa foi elaborada com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A desigualdade salarial entre os domicílios também cresceu, de acordo com o Ipea. No quarto trimestre de 2014, a renda média domiciliar na faixa de renda alta era 27,8 vezes superior à renda média domiciliar da faixa de renda muito baixa. Essa proporção evoluiu para 30,3 vezes no quarto trimestre de 2018.

“Para o restante do ano, a expectativa é de manutenção da recuperação gradual do emprego e da renda média”, informa o estudo. “Apesar da expectativa de aceleração da atividade econômica para o segundo semestre, devido à esperada aprovação da reforma da Previdência, pouco alterada pelo Congresso, os efeitos sobre o mercado de trabalho só devem surgir com mais intensidade no fim de 2019 e ao longo de 2020″.

A taxa de desemprego, também medida, manteve-se em 12,3% pelo segundo trimestre seguido. “O aumento da ocupação aconteceu, basicamente, nos setores informais da economia”, disse o Ipea. Os jovens e menos escolarizados são os mais afetados pelo desemprego.

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Guilherme Caetano

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