Dólar tomba 3% e opera abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde março

O dólar opera em forte baixa nesta sexta-feira (5). Por volta das 11h42, após a abertura, a moeda norte-americana apresentava uma queda de 2,87%, sendo negociada a R$ 4,98 na venda. Essa é a primeira vez que o dólar opera abaixo de R$ 5 desde março, quando superou tal marca.

Nos últimos dias, o dólar observou uma forte depreciação frente ao real. Desde 13 de maio, quando atingiu a maxíma histórica de R$ 5,88, a moeda estadunidense caiu 15%. No acumulado deste ano, no entanto, o dólar valorizou 23,88% frente à moeda brasileira.

Na última quinta-feira (4), o dólar fechou em leve alta de 0,73%, a R$ 5,12. Além disso, para conter a volatilidade da moeda, o Banco Central (BC) irá ofertar, nesta sexta-feira, até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem, com os vencimentos divididos entre setembro de 2020 e fevereiro de 2021, conforme reportado pela agência de notícias “Reuters”.

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Dólar no cenário externo

No cenário externo, os investidores observam um aspecto positivo acerca da reabertura das economias em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), embora os indicadores econômicos prevejam uma queda abrupta neste ano.

Em momentos de elevada tensão deste ano, o dólar se apreciou frente as moedas emergentes de todo o mundo. Os investidores costumam procurar ativos livres de risco ou menos arriscados, como os títulos públicos norte-americanos e a própria moeda estadunidense.

Além disso, segundo informações do Departamento do Trabalho dos EUA nesta sexta-feira, a taxa de desemprego nos EUA caiu para 13,3% em maio. O resultado surpreendeu o mercado.

A expectativa era de que a taxa subisse para 19,3%, de 14,7% em abril. Isso faria com que os EUA observassem a pior taxa de desemprego do períod pós-Segunda Guerra Mundial.

Segundo o jornal “The New York Times”, economistas esperam que o desemprego passe a diminuir à medida que os estados reabram as economias e as empresas convoquem seus funcionários de volta ao trabalho.

Além disso, o alívio dos últimos dias é estimulado pelos agressivos pacotes de auxílio governamental à economias. O presidente norte-americano, Donald Trump, declarou que espera aprovar uma segunda rodada de estímulos econômicos de até US$ 1 trilhão (cerca R$ 5,6 trilhões).

Saiba mais: Vendas no varejo na zona do euro sofrem queda histórica em abril

O Banco Central Europeu (BCE), por sua vez, informou que irá expandir seu programa de estímulos à economia para 1,35 trilhão de euros (cerca de R$ 7,68 trilhões) no combate à pandemia. Em comunicado, a autoridade monetária central informou que compraria dívidas governamentais e corporativas até junho do ano que vem. Além disso, a principal taxa de juros da zona do euro foi inalterada, permanecendo em 0,5%.

Contudo, o mercado brasileiro permanece atento às perspectivas para este ano. Segundo o Boletim Focus divulgado na última segunda-feira (1), o dólar deverá encerrar 2020 cotado a R$ 5,40, seguido de uma queda de 6,25% do Produto Interno Bruto (PIB).

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Jader Lazarini

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