Dólar sobe após reunião da CCJ da reforma da Previdência

O dólar encerrou em alta de 0,565%, com valor de venda a R$ 3,8787, nesta quarta-feira (3). A mínima do dia foi R$ 3,8377 e a máxima foi R$ 3,8774.

Por volta das 14h (horário de Brasília), o dólar, que operava perto da estabilidade, iniciou uma trajetória de alta. O horário coincide com o início da reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência.

O encontro contou com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes. Houve atritos durante a sessão entre os parlamentares e o membro do Executivo.

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CCJ da Reforma da Previdência e Paulo Guedes

Citando a economia, prevista pelo governo, de R$ 1 trilhão em 10 anos, com a aprovação da reforma da Previdência, Guedes defendeu a implantação do sistema de capitalização.

E afirmou que o projeto deve prevenir “filhos e netos de parlamentares e gerações futuras sofram com o mesmo problema do Rio de Janeiro, e alguns Estados que não podem pagar salários”.

Após a fala do ministro, deputados iniciaram comentários, em voz alta, porém, fora do microfone, acerca do sistema de capitalização.

Houve citação do sistema chileno, que passou por alterações por não garantir um benefício mínimo para os trabalhadores de baixa renda.

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Guedes provocou: “Acho que na Venezuela está melhor.” E, mais tarde, pediu: “Falem mais alto, eu não estou ouvindo”.

O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL) pediu por respeito, de ambos os lados.

“Peço respeito de ambas as partes. O Brasil inteiro está ouvindo esta audiência (…) Sem manifestações no plenário! Não tolerarei manifestações positivas ou negativas (…) Isso não é briga de rua”, interferiu a liderança da comissão.

Guedes mudou o posicionamento, e disse: “Cometi um erro sério aqui, eu tentei responder a uma colocação da deputada Gleisi [Hoffmann]. Me aconselharam para não reagir. Mas quis ser atencioso. Eu sou muito respeitoso. Os senhores têm muita familiaridade com esse ambiente e eu não. Os senhores poderiam ter um pouco de atenção comigo e entender que eu posso cometer erros (…) Cometi o erro de interagir. Quando fiz isso, vocês transformaram isso em outra coisa”, disse Guedes.

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Votação do plenário da Câmara da Nova Previdência

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que a base aliada ao governo, a ser formada, deverá votar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência, no plenário da Câmara dos Deputados, em junho.

“Para que nós tenhamos uma base constituída, precisamos dialogar. Convidar e abrir a porta: é o que a gente está fazendo. Abrindo a porta para a construção dessa base que vai se expressar na votação da Nova Previdência, em junho“, afirmou o ministro à Imprensa nesta quarta-feira (3).

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O ministro anunciou que o presidente da República, Jair Bolsonaro, fará convites para partidos adentrarem, oficialmente, a base aliada do governo no Congresso Nacional. Isto ocorrerá a partir de quinta-feira, na série de reuniões agendadas que o presidente terá com chefes de partidos.

Na quinta-feira (4), Jair Bolsonaro terá encontro com:

  • presidente do PRB, Marcos Pereira;
  • presidente do PSD, Gilberto Kassab;
  • presidente do PSDB, Geraldo Alckmin;
  • presidente do DEM, ACM Neto;
  • presidente do PP, Ciro Nogueira;
  • e o presidente do MDB, Romero Jucá.

Ex-diretores do BC querem taxa Selic menor

O ex-diretor do Banco Central (BC), Sergio Werlang, defendeu nesta quarta (3) a queda da Selic, a taxa básica de juros da economia. A declaração foi dada durante evento realizado pelo Bradesco BBI.

“Obviamente deveria ser amanhã. Deveria fazer reunião extraordinária e baixar os juros. Cortou demais [a Selic]? Não tem problema, sobe. O pior é a economia não crescer”, declarou Werlang. “Não é estimulativo. Se fosse estimulativo, teríamos visto estímulo”.

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O economista Alexandre Schwartsman, que também foi diretor do Banco Central, disse não esperar novos cortes da Selic, mas que ficaria surpreso se houvesse surpresas inflacionárias para baixos nos próximos meses.

“Não é o cenário principal, que é de manutenção, mas há chance bastante razoável de acontecer um corte ao longo do segundo semestre, à media que a gente olhe que não só a inflação de 2019, mas a de 2020 também começa a ficar abaixo das metas”, declarou.

Última cotação

O dólar encerrou, na terça-feira (2), em queda de 0,5% negociado a R$ 3,8569.

Amanda Gushiken

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