Dólar abre em nova queda após os cortes das taxas de juros no Brasil e nos EUA

O dólar inicia nesta quinta-feira (31) com uma nova queda. Os resultados da reunião do FOMC e as perspectivas para a Selic movimentam a moeda norte-americana.

Por volta das 9h20, o dólar registava variação negativa de 0,411% sendo cotado a R$ 3,9702. O mercado também está atento aos novos capítulos da guerra comercial.

Além disso, segue no radar dos investidores os últimos resultados macroeconômicos da zona do euro.

Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, na última quarta, cortar de 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic).

A taxa básica de juros ficou em 5,00% ao ano, em um nova mínima histórica. Essa foi a terceira vez que o BC corta a Selic desde o começo do mandato de Roberto Campos Neto, no início de 2019.

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Segundo o Copom, as reformas econômicas estão avançando no País, mas é necessário “preservar nesse processo”. O BC avaliou que os indicadores de atividade ressaltam a continuidade do processo de recuperação econômica, no entanto, “essa recuperação ocorrerá em ritmo gradual”.

Na avaliação do comitê, o ambiente internacional permanece “relativamente favorável” para os países emergentes, porém, os riscos de desaceleração global continuam.

FOMC

Após a reunião realizada na última quarta pelas autoridades do Federal Reserve (Fed), o Banco Central estadunidense decidiu cortar a taxa de juros em um quarto de ponto percentual. Dessa forma, a taxa básica passou do intervalo de 1,75% a 2% para uma banda entre 1,5% e 1,75%.

Este é o terceiro corte seguido realizado pelo Fed no ano. A decisão foi tomada por membros do comitê de política monetária do BC dos EUA.

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Na última terça-feira (29), o presidente Donald Trump pressionou a instituição central por meio de uma rede social. O mandatário norte-americano afirmou que os EUA deveriam seguir o exemplo dos outros países com taxas de juros negativos.

O presidente do Fed, Jerome Powell, disse que a política monetária deve se manter apropriada e que somente um “aumento sério” na inflação poderá fazer com que as taxas de juros voltem a ser elevadas.

Disputa comercial

Em meio aos protestos civis, o Chile anunciou o cancelamento da reunião da APEC. Na cúpula, era esperado o estabelecimento de um acordo na guerra comercial.

O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que colocaria fim à primeira fase da guerra comercial, assinando um acordo preliminar com o mandatário chinês Xi Jinping na cúpula entre os dias 16 a 17 de novembro.

Mesmo dessa forma, o governo norte-americano informou, na última quarta, que espera assinar um acordo comercial inicial com a China no próximo mês.

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No entanto, segundo a agência de notícias “Bloomberg”, as autoridades chinesas estão em dúvidas acerca de um acordo de longo prazo, que colocaria fim à disputa que já dura 18 meses.

Segundo a agência, em conversas privadas com visitas chineses, as autoridades asiáticas alertaram que não se movimentariam nas questões mais complicadas.

Zona do euro

O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 0,2% no terceiro trimestre em comparação com o trimestre passado.

De acordo com os dados preliminares da agência oficial da União Europeia, Eurostat, na comparação anual a zona do euro teve expansão de 1,1%. Esse resultado é superior ao previsto pelos analistas consultados pelo jornal americano “The Wall Street Journal”, que previam alta de 0,1%. 

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Em setembro, a Eurostat anunciou que a inflação nos 19 países da zona do euro subiram 0,8%, ante o resultado de 2018. A estimativa anterior foi de 0,9%, e a expectativa do mercado era de 0,9% novamente.

Também foi informado que o superávit comercial com o resto do mundo aumentou, devido a uma queda das importações maior do que as exportações. Dessa forma, o superávit foi de 14,7 bilhões de euros em setembro.

Última cotação do dólar

Na última sessão, quarta-feira (30), o dólar encerrou em queda de 0,397%, negociado a R$ 3,9873.

Jader Lazarini

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