Dólar encerra em queda após duas altas seguidas com FGTS e Mercosul

O dólar encerrou esta quarta-feira (17) em queda de -0,249%, negociando a R$ 3,7617 na venda. O otimismo no cenário interno é o principal responsável pela baixa da moeda norte-americana.

No início do dia, o dólar já operava em queda de 0,202%, sendo cotado em R$ 3,7635, por volta das 9h10. A cotação máxima foi de R$ 3,7666, registrada às 12h. A mínima foi de R$ 3,7575 por volta das 10h20.

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Os investidores estão reagindo às declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a liberação do FGTS para aquecer a economia nacional. Além disso, Bolsonaro assumiu nesta quarta-feira a presidência do Mercosul.

No cenário externo, a desvalorização do dólar foi impulsionada após o Fundo Monetário Internacional (FMI) indicar a desaceleração do comércio global.

Liberação do FGTS

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo anunciará nesta semana a liberação de saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Saiba mais: Bolsonaro: Liberação de R$ 42 bi do FGTS será anunciada nesta semana

O valor disponível corresponde a 35% do saldo das contas ativas do FGTS. A tendência é que o governo libere R$ 42 bilhões ao fundo de garantia e R$ 21 bilhões ao Pis/Pasep.

Segundo o presidente, a liberação dos recursos deverá aquecer a economia através do consumo.

“Está previsto para esta semana. É uma pequena injeção na economia e é bem-vindo, porque a economia, segundo especialistas, dá sinal de recuperação pelos sinais positivos, em especial porque tá vindo do Parlamento”, disse Bolsonaro.

Presidência do Mercosul

O presidente Jair Bolsonaro foi a Santa Fé, na Argentina, nesta quarta-feira, para participar da 54ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, onde assumiu a presidência do bloco em um mandato de seis meses.

Saiba mais: Bolsonaro vai à cúpula do Mercosul para assumir a presidência do bloco

Essa foi a primeira vez que o presidente vai participar da cúpula. No mandato, Bolsonaro deverá seguir as diretrizes do mandato anterior, do presidente argentino, Maurício Macri. Assim, deverá abrir mercados com acordos comerciais e revisar tarifas externas comuns.

Além disso, a reunião também marcou o primeiro encontro entre os presidentes desde o acordo comercial com a União Europeia.

Desaceleração do comércio mundial

A economista do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, disse que, por conta das tensões entre EUA e China, o desenvolvimento do comércio mundial está desacelerando.

Saiba mais: Disputas comerciais desaceleram comércio global, segundo FMI

Gita falou ainda que outras tensões causam esse efeito da diminuição do movimento comercial. Segundo a economista-chefe do FMI, as taxas que podem ser impostas também têm um certo peso sobre a confiança das empresas.

Gopinath afirmou que os conflitos que envolvem comércio e tecnologia estão evidentemente impactando o comércio global. “Tem havido uma queda no crescimento do comércio mundial”, assegurou.

A economista do FMI fez questão de salientar a estimativa do Fundo. Para o FMI, as tarifas que China e EUA estão impondo entre si durante a guerra comercial podem reduzir 0,5% do crescimento econômico global no ano que vem.

Última cotação

Na última terça-feira (16), o dólar encerrou em alta de 0,394%, sendo negociado a R$ 3,7711.

Giovanna Oliveira

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