Dólar fecha em alta com decisão do Fed de manter taxas de juros

O dólar fechou nesta quarta-feira (29) em alta de 0,586%, cotado em R$ 4,219. A moeda norte-americana chegou a registrar uma leve queda após a decisão do Federal Reserve de manter as taxas de juros inalteradas. Entretanto, no final do dia a cotação fechou em alta.

O dólar abriu o dia com uma variação levemente positiva, de 0,052%, com as preocupações sobre a epidemia de coronavírus na China. A moeda dos EUA começou a subir ao longo da manhã.

A divulgação dos resultados melhores do que o esperado das contas públicas, a confiança do setor industrial e a perspectiva que a reforma tributária chegue a ser aprovada até o final do primeiro semestre não conseguiram reverter essa tendência de alta.

Dólar influenciado pela decisão do Fed

O Federal Reserve (Fed) decidiu manter inalteradas a taxa básica de juros dos Estados Unidos no intervalo de  1,5% e 1,75%. O Banco Central norte-americano realizou uma reunião do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) nesta quarta.

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Essa é a primeira reunião do comitê do Federal Reserve em 2020. Pela segunda vez a instituição monetária central dos EUA decidiu manter inalteradas as taxas de juros.

Saiba mais: Federal Reserve mantém taxa de juros dos EUA inalteradas

Comentando a decisão, o Fed informou em nota que “o Comitê considera que o patamar atual da política monetária é apropriado para apoiar a expansão sustentada da atividade econômica, fortes condições do mercado de trabalho, e inflação retornando ao objetivo simétrico de 2% do Comitê”.

Contas públicas melhores do que o esperado

A Secretaria do Tesouro Nacional informou, nesta quarta que as contas do governo central apresentaram um déficit primário de R$ 95,065 bilhões em 2019. O valor corresponde a 1,31% do Produto Interno Bruto (PIB) do País.

Este é o sexto ano consecutivo que as contas do governo reportam déficit. No entanto, é o menor rombo fiscal desde 2014. Em 2018, o resultado foi negativo em R$ 120 bilhões. O montante considera os gastos do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central (BC).

Saiba mais: Reforma tributária deve ser aprovada até junho, diz relator

O rombo nas contas do governo em 2019 ficou abaixo da meta do déficit primário, que era de R$ 139 bilhões.

No entanto, o montante está acima da previsão do ministro da Economia, Paulo Guedes. O ministro declarou, em outubro do ano passado, que esperava que o rombo fosse de R$ 80 milhões em 2019. O valor também é maior em relação a projeção do secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, que esperava um montante abaixo de R$ 70 bilhões.

O valor também é maior do que as expectativas do mercado financeiro. Segundo um levantamento do “Broadcast”, uma média entre 24 instituições financeiras do País resultou em uma previsão de déficit de R$ 79,9 bilhões.

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“O resultado ficou abaixo da meta, mas a gente pode se alegrar e soltar fogos? Não. A gente tem o desafio de continuar cumprindo o teto de gastos para continuar esse ajuste [das contas públicas]. O Brasil ainda tem as contas no vermelho. O ajuste está acontecendo aos poucos, está caminhando na direção correta”, disse o secretário do Tesouro.

Índice de confiança industrial

O dólar subiu mesmo em dia de divulgação do Índice de Confiança da Indústria (ICI) avançou 1,5 ponto em janeiro, para 100,9 pontos. Trata-se do maior valor desde março de 2018, quando foi registrado 101,4 pontos. As informações do indicador foram divulgadas nesta quarta pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Saiba mais: Confiança da indústria avança 1,5 ponto em janeiro, aponta FGV

Em médias móveis trimestrais, o índice de confiança da indústria aumentou pela quarta vez consecutiva, atingindo 99,1 pontos . Neste mês a melhora na confiança foi devido as expectativas positivas dos empresários.

Última cotação do dólar

Na última sessão, na terça-feira (28), o dólar encerrou em queda de 0,373%, cotado em R$ 4,1944.

Carlo Cauti

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