Dólar fecha em alta de 0,16% mesmo com dados positivos no IBC-Br

Após atingir a segunda maior cotação da história na última quarta-feira (13), o dólar fechou nesta quinta-feira (14) em alta de 0,16% vendido a R$ 4,193.

No começo do dia o dólar abriu em queda de 0,492% sendo negociado a R$ 4,1656. Entretanto, durante o dia a moeda norte-americana voltou a subir. O mercado continua de olho nos desdobramentos da guerra comercial entre China e Estados Unidos.

Mesmo a divulgação do IBC-Br, que registrou uma alta na previsão do Produto Interno Bruto (PIB), assim como a decisão da agência de classificação de risco Fitch de manter o rating sobre o Brasil, não levaram a uma queda da cotação da moeda norte-americana.

IBC-Br registra crescimento em setembro

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou um crescimento de 0,44% em setembro, segundo a divulgação da autoridade monetária nesta quinta-feira (14).

O IBC-Br ficou acima das estimativas do mercado. A previsão mediana era de um crescimento de 0,39% nessa medição.

De acordo com o BC, a comparação se deu de forma dessazonalizada com agosto. Naquele mês, a alta da prévia do Produto Interno Bruto (PIB) havia sido de 0,22%, que posteriormente foi revisado para 0,07%. Dessa forma, com a elevação de 0,44%, alta em comparação com setembro de 2018 é de 2,11%.

No acumulado de 2019, a variação é positiva em 0,8%. Dentro dos últimos 12 meses, o crescimento é de 0,99% na série sem ajuste.

Veja também: Vendas no varejo crescem pelo quinto mês seguido

O desenvolvimento do indicador em setembro foi impactado pelas seguintes leituras:

  • Alta de 0,3% da produção industrial
  • Alta de 1,2% dos serviços
  • Alta de 0,7% do varejo restrito

No varejo, ainda foi apresentada uma alta de de 0,9% do varejo ampliado, que inclui as vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção.

Carrefour planeja investimentos no Brasil

O presidente do Carrefour no Brasil, Noël Prioux, declarou que o grupo pretende investir R$ 2 bilhões no País em 2020. A declaração ocorreu durante um evento da varejista francesa em São Paulo.

O executivo ressaltou que o valor dos investimentos dependerá do número de imóveis comprados pelo Carrefour até o final deste ano. A medida faz parte do projeto de expansão do grupo.

No acumulado de 2019, os investimentos da empresa no País somam cerca de R$ 1,8 bilhões a R$ 2 bilhões.

Ainda neste ano, o grupo pretende abrir 20 lojas com a bandeira Atacadão. Além disso, para 2020, a expectativa é que 20 novas unidades sejam inauguradas.

O presidente da varejista no Brasil ressaltou ainda que as bandeiras que seguem os formatos de proximidade também ganharão novas unidades. Neste caso, a previsão é que o grupo abra outras lojas do Carrefour Market e do Minuto Carrefour.

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De acordo com o presidente, as condições econômicas do Brasil só ficarão melhores no final de 2020. “Será um ano de recuperação para uma economia mais forte em 2021”, afirmou Prioux.

Fitch confirma rating do Brasil

A cotação do dólar foi influenciada também pela decisão da agência de classificação de risco Fitch de confirmar o rating do Brasil em ‘BB-’. A agência manteve a perspectiva estável sobre a classificação do País.

Em seu relatório, a Fitch salientou que a nota do Brasil é limitada pelo alto crescimento e pelo crescente endividamento do governo. Além disso, a estrutura fiscal rígida, o fraco potencial de crescimento e um ambiente político difícil, com fragmentação do Congresso e questões relacionadas à corrupção, dificultam o avanço da agenda de reformas econômicas e fiscais necessárias para o País.

“A falta de estabilidade do governo Bolsonaro e falta de uma base confiável no Congresso pode fazer as reformas difíceis e mais demoradas, especialmente aquelas que requerem emendas constitucionais. As eleições municipais de 2020 podem diminuir a janela para reformas. Finalmente, as perspectivas da reforma podem sofrer caso a economia tenha um desempenho abaixo do esperado nos próximos meses”, diz o comunicado da Fitch.

Saiba mais: IBC-Br, prévia do PIB, cresce acima das expectativas em setembro

Para a agência de classificação de risco, o rating ‘BB-‘ é baseado na diversificação e ampla dimensão da economia brasileira. Além disso, a elevada renda per capita em relação aos outros países da região e a capacidade de absorver choques externos, graças ao regime de câmbio flutuante, também ajudaram na avaliação.

Outro fator que influenciou positivamente foram as contas externas e as reservas internacionais robustas, além de um mercado local de dívida pública muito forte.

Fitch explicou como o Congresso brasileiro aprovou recentemente a reforma da Previdência Social, considerada necessária para a estabilidade das contas públicas.

A reforma gerará uma economia de cerca de R$ 800 bilhões (cerca de 11% do PIB projetado para 2019) nos próximos dez anos.

Além disso, segundo a Fitch, o processo de desinvestimento de ativos públicos registrou avanços. Seja por parte do governo que por parte de empresas estatais, como a Petrobras, ou por bancos públicos, que venderam ativos nos últimos meses.

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A agência de classificação de risco tinha atribuído a nota BB- ao Brasil em fevereiro de 2018. País perdeu o selo de bom pagador (investiment grade) em 2015, quando seu rating passou de BBB- para BB+.​

Última cotação do dólar

Na última sessão, quarta-feira (13), o dólar encerrou em alta de 0,48%, negociado a R$ 4,1869.

Carlo Cauti

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