Dólar abre estável, com queda de 0,3%, negociado a R$ 5,35

O dólar abriu em queda nesta sexta-feira (19). O mercado está de olho no déficit do governo neste ano, que pode chegar a R$ 800 bilhões, segundo o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida.

Por volta das 9h30, o dólar operava em queda de 0,331%, sendo negociado a R$ 5,3537 na venda. O petróleo opera em forte alta, após sinais positivos dos membros da Opep+ sobre os cortes feitos na produção da commodity.

Além disso, segue no radar dos investidores os ainda possíveis cortes da taxa básica de juros da economia (Selic).

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Déficit público em 2020

Segundo Mansueto Almeida, o  déficit do governo pode superar R$ 800 bilhões neste ano. O secretário comentou, na última quinta-feira (18), sobre a última estimativa oficial do Ministério da Economia que projetava um rombo primário de R$ 708,7 bilhões.

Vale destacar que economistas, bem como a Instituição Fiscal Independente (IFI), já preveem que o déficit supere R$ 900 bilhões esse ano.

Além disso, o secretário do Tesouro reforçou a importância de manter o comprometimento com o teto de gastos. Para Mansueto, “está fora de cogitação” flexibilizar o mecanismo.

O economista destacou que “se o governo não conseguir resistir à pressão (contra o teto), isso pode elevar juro, risco-país, aumentar período de restrição, carga tributária”.

Já sobre os gastos emergenciais adotados devido a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), ele salientou que o teto não possibilita que sejam mantidos no ano que vem. Segundo o secretário, os custos das medidas emergenciais devem ser inclusos no Orçamento para que possam continuar em 2021, bem como devem ser compensados.

Dólar reage à alta do petróleo

Os contratos futuros de petróleo registraram alta nesta sexta-feira com sinais positivos dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) sobre os cortes feitos na produção.

O cartel comunicou, na última quinta-feira, que as reduções devem ajudar a conter o desequilíbrio entre oferta e demanda do produto em meio à retomada das operações.

O Iraque e o Cazaquistão apresentaram um plano detalhado para cumprimento de sua cota nos cortes de produção. Da mesma forma, a Rússia comunicou que enxerga estabilidade no mercado até o final deste ano. As notícias tiraram

Saiba mais: Petróleo: segundo Novak, existe incerteza sobre retomada da demanda

Às 9h45, o petróleo WTI subia 3,50%, sendo negociado a US$ 40,19 o barril. Por sua vez, o petróleo Brent avançava 2,87%, a US$ 42,70 o barril. Os preços da commodity procuram retomar a tendência de alta após a gradual recuperação da demanda, ao passo que as economias de todo o mundo reabrem após os impactos inicias da pandemia.

Queda da Selic

Os analistas do banco BNP Paribas informaram, na última quinta-feira, que projetam a Selic caindo para um patamar de 1,5% neste ano.

O Comitê de Política Monetária (Copom) salientou, em comunicado da sua última reunião, uma preocupação menor sobre o “limite inferior efetivo” do Brasil. Dessa maneira, haveria espaço para novos cortes na Selic, em função das previsões de inflação baixas.

Veja também: Eletrobras precisa ser privatizada, diz Montezano

O órgão do Banco Central (BC) indicou em maio que o effective lower bound deveria limitar o espaço para uma redução da taxa de juros. “Interpretamos a declaração de maio como uma indicação de que o BC preferiria uma convergência tardia da inflação à meta, em vez de visar [uma inflação] menor com a taxa Selic agora. Nossa percepção se mostrou errada”, acrescentaram os analistas.

Nesse sentido, o modelo de inflação no BNP Paribas aponta para novos cortes. “No entanto, em consonância com a comunicação do BC, supomos que a incerteza econômica e as condições financeiras tornariam o Copom mais conservador”, avaliaram os especialistas.

Última cotação do dólar

Na sessão da última quinta-feira, o dólar encerrou o pregão em alta de 2,1%, negociado a R$ 5,3715 na venda.

Jader Lazarini

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