Dólar encerra em baixa de -0,396% mas ainda acima dos R$ 4

O dólar fechou nesta terça-feira (20) em baixa de -0,396% com sua venda a R$ 4,0516. Apesar da queda, a moeda norte-americana ainda está acima da marca dos R$ 4.

O dólar caiu devido a vários fatores. Entre eles, o histórico volume de investimentos estrangeiros que se retiraram da Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

Além disso, contribuíram para a queda: A declaração do economista-chefe do Itaú Unibanco afirmando que estados e municípios devem ser incluídos na reforma da Previdência e a nomeação de Ricardo Liáo como novo presidente da UIF (Novo Coaf).

Volume histórico de retirada de investimentos estrangeiros

A retirada de investimento de estrangeiros na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo se aproxima de um recorde na sua série histórica, desde 1996.

De janeiro até 15 de agosto, quando o último dado foi disponibilizado, o resultado entre compras e vendas negociadas através das ações pelos estrangeiros na Bolsa foi negativo em R$ 19,16 bilhões.

Saiba mais: Estrangeiros se retiram da Bolsa em um volume jamais visto em 23 anos

O volume de saques ultrapassa o mesmo período de 2008, de R$ 16,53 bilhões. No mesmo ano, o estopim da crise imobiliária nos Estados Unidos aconteceu em setembro, com a falência do Banco Lehman Brothers. Neste ano, as retiradas vem aumentado desde maio, quando o ambiente externo foi se deteriorando.

Estados e municípios na reforma da Previdência

O economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, afirmou que se os estados e municípios não forem inclusos na reforma da Previdência não sobrará recursos para investimentos públicos, como saúde, educação e segurança.

“Uma observação sobre a reforma da Previdência é que historicamente 70% do investimento do setor público do Brasil é feito por estados e municípios. Se os estados e municípios não tiverem uma reforma previdenciária significará que provavelmente eles gastarão mais e mais seus orçamentos com gastos correntes da aposentadoria e com isso sobrará menos espaço para investir em setor público”, disse Mesquita aos jornalistas no evento, Macroeconomia em Pauta, promovido pelo Itaú.

Saiba mais: Estados e municípios devem ser incluídos na Previdência, diz Mesquita

Além disso, o chefe-economista mencionou as eleições do ano passado e ressaltou que não houve investimentos devido a situação financeira precária em que os estados e municípios se encontram.

BC anuncia novo presidente da UIF

Nesta terça-feira (20), o Banco Central anunciou o novo presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), agora renomeado para Unidade de Inteligência Financeira (UIF). Ricardo Liáo entrará no lugar do ex-presidente Roberto Leonel, a mudança foi implementada pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto.

Saiba mais: Banco Central nomeia Ricardo Liáo como presidente da UIF, o novo Coaf

A demissão de Roberto Leonel já havia sido levada a sério por setores do governo após a série de críticas que, o agora ex-presidente, havia feito à decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, referente à suspensão de dados fornecidos pela UIF ( antiga Coaf) em investigações, sem autorização prévia da justiça.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240-Banner-Home-3.png

Paulo Guedes, ministro da Economia do governo Bolsonaro, já havia defendido uma “solução institucional” para o problema, após isso, houve a concretização, na noite desta segunda-feira, da Medida Provisória (MP) que passa a UIF para o Banco Central. Antes, a unidade estava sob controle do Ministério da Economia.

Última cotação do dólar

Na última sessão, segunda-feira (19), o dólar encerrou em alta de 1,599%, sendo negociada a R$ 4,0677 na venda.

Rafael Lara

Compartilhe sua opinião