Diretora-gerente do FMI vê a crise atual como mais severa e complexa

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, realçou, em um discurso realizado nesta terça-feira (14), a singularidade do momento que vivemos. Ela destacou que a crise atual é “mais severa e mais complexa do que qualquer uma que temos visto na memória viva”.

Em uma apresentação da Conferência Camdesuss, realizada pelo presidente do Banco Central da Suíça, Thomas Jordan, a diretora-gerente do FMI explicou que o cenário exige uma adaptação. Para ela, é necessário que repensemos nossas vidas e economias, considerando o fato da política monetária estar entrando em um “território desconhecido”.

Georgieva declarou que, apesar de não estarmos livres de uma situação econômica instável, as “medidas extraordinárias de governos e bancos centrais”, para acabar com o cenário caótico causado pela pandemia, estabeleceram um piso para a economia global.

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De acordo com o FMI, tais medidas trazem ainda mais perguntas sobre os próximos passos a se seguir, como:

  • o meio pelo qual os bancos centrais podem apoiar a economia, uma vez que tenha se exaurido o espaço político convencional;
  • como evitar consequências indesejáveis, tais como o distanciamento dos mercados financeiros da realidade econômica atual;
  • e quais outros instrumentos os bancos centrais podem utilizar nesse contexto;

FMI precisa de”ajuste fino” nos instrumentos de empréstimo, diz Georgieva

Na última quinta-feira (8), Georgieva também informou que também afirmou o FMI deve aperfeiçoar os instrumentos de empréstimo para países de baixa renda. Os mercados emergentes sólidos emitiram US$ 124 bilhões (cerca de R$ 662 bilhões) no primeiro trimestre de 2020. Por outro lado, outros com fundamentos mais frágeis não obtiveram fácil acesso ao mercado de capitais.

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Os empréstimos do FMI são voltados para dar suporte aos países membros na resolução de problemas da balança de pagamentos, assim como estabilização e restauração do crescimento. De acordo com a economista, 72 dessas nações receberam financiamentos de emergência oferecidos pela instituição internacional em meio à pandemia.

Daniel Guimarães

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