Coronavírus: desemprego nos EUA dispara e chega a 14,7%

Impactada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a taxa de desemprego dos Estados Unidos atingiu 14,7% em abril, segundo as informações divulgadas pelo Departamento do Trabalho nesta sexta-feira (8), frente a 4,4% em março. Essa é a maior taxa desde a Grande Depressão, ocasionada pela crise de 1929.

O avanço do desemprego no país, decorrente em grande parte pelo coronavírus, é de aproximadamente o dobro do registrado entre 2007 e 2009, período em que a crise do subprime trazia suas consequências aos Estados Unidos e ao mundo.

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Na crise deste ano, as medidas de contenção da disseminação do vírus, autorizadas pelo presidente Donald Trump e lideradas líderes regionais, fizeram com que diversas empresas paralisassem suas operações. Sem gerar receita, muitas empresas, para não quebrar, demitiram muitos funcionários.

Segundo o jornal “Washington Post”, analistas relatam que poderá levar anos para que o país retorne à taxa de desemprego de 3,5% que o país tinha até fevereiro. A última década foi marcada por levar o país praticamente ao pleno emprego.

Além disso, economistas dizem que a taxa reportada pelo governo subestima a amplitude das demissões pelo país. O próprio Departamento de Trabalho afirmou que a taxa seria de aproximadamente 20% se os trabalhadores que respoderam a pesquisa como ausentes do trabalho por “outras razões” tivessem sido classificados como desempregados ou que recebem algum tipo de benefício governamental.

A parada da atividade econômica forçou milhões de norte-americanos a recorrerem a pedidos de seguro-desempregos e auxílios governamentais. O International Revenue Service, órgão que equivalente à Receita Federal nos Estados Unidos, está pagando US$ 1.200 (R$ 6.943) mensais a cidadãos com renda anual de até US$ 75 mil (R$ 433,9 mil) para combater a pandemia.

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“Isso é assustador. Receio que muitos desses empregos não voltem e teremos uma taxa de desemprego de 10% até 2021”, disse Lindsey Piegza, economista-chefe da Stifel ao “Washington Post”. Dentre os setores que mais perderam empregos estão:

  • Hospitalar (7,7 milhões de empregos)
  • Varejo (2,1 milhões de empregos)
  • Saúde (1,4 milhão de empregos)
  • Indústria (1,3 milhão de empregos)

Embora os parlamentares democratas e republicanos tenham chegado a um acordo em liberar US$ 3 trilhões em auxílio à sociedade e a economia do país, esse valor demorou para chegar à ponta. Segundo relatou o jornal da capital norte-americana, muitos ainda estão lidando com sites desatualizados e linhas telefônicas congestionadas em busca de alguma ajuda em meio ao desemprego.

A situação da maior economia do planeta poderá ficar ainda pior. No primeiro trimestre deste ano, período parcialmente impactado pelo coronavírus, o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA recuou 4,8%. O Federal Reserve (Fed) já considera que o país está em recessão.

Jader Lazarini

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