Exclusivo: CVM investiga Harrison Investimentos por crime contra sistema financeiro

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investiga a empresa Harrison Investimentos, o CEO da empresa, Gabriel Harrison, além de sócios e operadores por possíveis crime contra o sistema financeiro, segundo apurou o SUNO Notícias.

A Harrison Investimentos ficou famosa na internet após contratar o youtuber conhecido como Leo Stronda como garoto propaganda. Em vídeo publicado nas redes sociais, Stronda, que possui 2,4 milhões de seguidores, afirma que o robô da empresa poderia “minimizar riscos diários e aumentar seus lucros”.

A CMV é o órgão regulador responsável por fiscalizar e supervisionar o sistema financeiro nacional, como operações em Bolsa de Valores, por exemplo, além de garantir o cumprimento de regras na distribuição de produtos de investimento ao público em geral, entre outras atribuições.

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Segundo documentos obtidos com exclusividade pelo SUNO Notícias, a investigação apura, após denúncia, a ocorrência de crimes sobre ofertas de títulos ou contratos de investimento coletivo (CICs) e administração não autorizada de carteira de valores mobiliários.

Além disso, o órgão também investiga a atuação de pessoas ligadas a Harrison Investimentos como agente autônomo sem possuir autorização da CVM, além da oferta de serviço de intermediação de valores mobiliários, com captação de investidores sob o disfarce de recrutamento de traders para atuação em mesa proprietária.

A CVM enviou a investigação à Procuradoria Geral Federal que cita “indícios da ocorrência de crime de  previsto no art. 27-E da Lei 6.385/76”, que prevê detenção de seis meses a dois anos e multa por atuar como integrante do sistema de distribuição sem estar autorizado ou registrado junto à autoridade administrativa competente.

De acordo com o advogado especialista no mercado financeiro, Artêmio Picanço, os documentos mostram que há indícios de crimes na atuação das empresas e de seus sócios.

“A Procuradoria especializada da CVM emitiu parecer favorável para um stop order, obrigando assim os denunciados a se absterem de ofertas dos contratos de investimentos coletivos (CICs)”, disse Picanço. “Além disso, existem, possivelmente, indícios de crime contra o sistema financeiro e resoluções do ente regulador, a CVM”, concluiu.

O Stop Order é “uma medida de natureza cautelar, com o objetivo de prevenir ou corrigir situações anormais de mercado detectadas pela Autarquia. Por isso, não deve se confundir com a penalização das pessoas indicadas”, informou o órgão. Em maio, a CVM já havia determinado a suspensão das atividades da empresa por atuação irregular.

Investigação aponta irregularidades na Harrison

A investigação da CVM contra o grupo comandado por Gabriel Harrison mostra que os sócios colecionavam irregularidades dentro das atividades ofertadas.

O CEO possui três empresas relacionadas a atividade de investimentos (Harrissson Investimentos, Harrison Invest e Harrison Educacional), mas que não possui autorização da CVM. Em posts patrocinados na mídia, Gabriel Harrison prometia ganhos elevados com pouco esforço.

“Já imaginou ganhar mais de R$ 3 mil por mês trabalhando apenas quatro horas por dia, de segunda a sexta-feira? O CEO da maior empresa de aplicações na bolsa de valores do Centro-Oeste, a Harrison Investimentos, garante que com um investimento de R$ 500 a R$ 1 mil é possível ganhar até R$ 150 por dia, operando no pregão da bolsa de valores”, dizia a publicação.

Veja Também: CVM suspende ofertas de Harrison Investimentos por atuação irregular

Além disso, segundo a CVM, a Harrison Investimentos prometia ganhos exorbitantes, com simulações e informação de que um investimento na empresa de R$ 5 mil, com prazo de duração de 18 meses, renderia 2,8% ao mês.

A companhia também oferecia “mesa proprietária”, com dois planos nos valores de R$598,90 e R$718,80 por teste, que seriam realizados no quarto dia útil de cada mês e cursos para “traders”.

Sendo assim, para a CVM, há “fortes evidências de atuação irregular”.

Gabriel é investigado por atuar como agente autônomo de investimento sem autorização da CVM e possíveis ofertas de serviço de intermediação imobiliária, com captação de investidores sob disfarce de recrutamento de traders.

Já a agente autônoma Rafaela Pereira Valentim é investigada por suposta delegação a terceiros de “atividades objeto do contrato firmado com instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários”.

A corretora Nova Futura é citada na investigação por descumprir a obrigação prevista de verificar a regularidade dos agentes autônomos contratados, dado que Rafaela tem relacionamento com a corretora.

Procurados, os citados ainda não se pronunciaram sobre as investigações da CVM acerca da Harrison Investimentos.

Vinicius Pereira

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