CVM acusa Unick Forex de operação irregular

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador do mercado de capitais, abriu um processo contra a Unick Forex.

A acusação é de que a Unick Forex e seus diretores distribuíram valores mobiliários sem a devida autorização do organismo regulador.

Conforme com o processo obtido pelo jornal “Valor Econômico”, mesmo após a CVM ter emitido um alerta ao mercado em março de 2018 sobre sua irregularidade aqui no Brasil, a empresa passou a apresentar-se como “venda de conteúdo”, e continuou operando.

O documento diz que “as promessas feitas pela Unick de altos lucros garantidos com ganhos adicionais pela indicação de outros investidores apontam fortemente para indícios de uma estrutura de pirâmide financeira.”

Unick Forex investigada

Após receber reclamações sobre as atividades da Unick, a CVM voltou a investigar a empresa.

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Uma das denúncias dizia que a empresa captava poupança pública com a promessa de lucros de 30% ao mês. As transferências deveriam ser feitas diretamente para a conta do presidente Leidimar Bernardo Lopes e do sócio Alberi Pinheiro Lopes, acusados no processo sancionador.

Segundo o órgão regulador, o site da Unick afirmava que a empresa operava no mercado de Forex (mercado global de moedas) e moeda digital, com o intuito de “efetuar operações com lucros reais para serem distribuídos entre seus parceiros colaboradores”.

A empresa, ainda, alertava o público de que o mercado de Forex é “muito técnico” para o investidor comum. Por isso, informava que possuía uma equipe de profissionais especializados que realizariam a arbitragem diariamente.

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Em seus programas de divulgação, a Unick descreve “planos de compensação” aos seus clientes. As promessas eram de ganhos diários de 1,5% a 3% sobre o investido. Ainda estavam inclusos “planos de carreira” que eram oferecidas viagens, motos, automóveis e casas.

Após o alerta no ano passado, a empresa informou que tinha autorização para atuar no mercado financeiro, era regulamentada e devidamente constituída.

No entanto, supostamente, a Unick possuía um registro concedido pela Financial Conduct Authority (FCA), do Reino Unido, e não era autorizada pela CVM. A acusação verificou a inexistência dessa autorização.

Nos materiais publicitários, a companhia apresentava a S.A. Capital como uma multinacional que garantiria 100% de seus compromissos. O sócio dessa empresa é Fernando Marques Lusvarghi, que também é acusado no processo.

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A empresa informa que alterou sua página oficial para se abster de qualquer desvio de interpretação. Foi apresentada uma proposta de R$ 500 mil para encerrar o caso por meio termo de compromisso.

Do total, R$ 350 mil seriam pagos diretamente pela Unick Forex, e R$ 50 mil por cada um dos acusados na denúncia. A proposta está sendo analisada pela Procuradoria Federal Especializada da CVM.

Jader Lazarini

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