Custos de empréstimos da zona do euro caem para níveis pré-coronavírus

Os custos de empréstimos do governo na zona do euro diminuíram e voltaram aos níveis registrados antes do início da crise causada pelo coronavírus (covid-19). A informação foi divulgada pelo jornal britânico “Financial Times” nesta terça-feira (7).

O fato do rendimento dos títulos públicos na zona do euro ter diminuído no último mês mostra que o Banco Central Europeu (BCE) foi capaz de restaurar a confiança dos investidores nas dívidas dos países europeus. Vale ressaltar que os rendimentos aumentam quando os preços caem, de forma que quanto maior a procura dos investidores por títulos de dívida pública, menor é o rendimento desse ativo.

O rendimento dos títulos na Itália e em outros países do sul da Europa aumentou em março, quando ficou claro que a pandemia do Covid-19 e o fechamento de lojas e negócios levariam ao colapso da atividade econômica. Outro fator que contribuiu ao recente movimento de queda foi o aumento nos empréstimos do governo destinados a apoiar empresas e famílias.

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No entanto, o programa de compras de ativos do BCE, avaliado inicialmente em € 750 bilhões (cerca de R$ 4,5 trilhões), contribuiu para o otimismo do mercado, diminuindo os custos dos empréstimos e tornando os investidores mais confiantes em manter os títulos de dívida dos países “mais fracos economicamente”.

O rendimento do título com maturidade de 10 anos da Itália ficou em 1,22%, aproximadamente onde estava antes da forte liquidação de março. Os rendimentos na Grécia, Espanha e Portugal também reverteram seu aumento impulsionado pelo coronavírus, apesar da grande emissão desses ativos na zona do euro, o que causou a deterioração dos perfis de crédito de muitos países.

UE prevê recessão econômica de 8,7% para a zona do euro em 2020

A Comissão Europeia prevê uma contração de 8,7% na economia da zona do euro em 2020. A expectativa é de que a França, Itália e Espanha apresentem maior dificuldade na recuperação diante da pandemia do coronavírus.

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De acordo com a comissão, os 19 países pertencentes da zona do euro vão sofrer retração recorde de 8,7% este ano, antes de crescer 6,1% em 2021. Em maio, a União Europeia (UE) projetava recuo de 7,7% em 2020 e crescimento de 6,3% no próximo ano.

Daniel Guimarães

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