Crise pode ser favorável ao Grupo Soma (SOMA3), sinaliza Jatahy

O presidente do Grupo Soma (SOMA3), Roberto Jatahy, afirmou nessa sexta-feira (28), durante uma teleconferência com analistas sobre os resultados no segundo trimestre, que a crise pode ser favorável a dona da Farm.

Na ocasião, Jatahy explicou que o Grupo soma está “olhando marcas que podem integrar o grupo em linha com o que foi falado nos roadshows [pré-abertura de capital], e seremos diligentes e disciplinados nisso [na avaliação das marcas]”.

Nesse sentido, a dona da Farm avalia marcas que possam ser compradas e integradas ao seu portfólio, e assim se beneficiar com a crise oriunda da pandemia.

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Além disso, fontes informaram ao jornal ‘Valor’ que alguns grupos concorrentes da dona da Animale, que estão com dificuldades financeiras devido a crise, têm procurado a companhia para que essa avalie suas marcas.

Apesar disso, a dona da Maria Filó reconhece que uma expansão acelerada pode ser precipitada no momento, mas pondera que está avaliando sua estratégia para sua operação física.

“O mercado está profundamente machucado. No passado, uma das metas era crescer em lojas, e isso se mantém, mas o setor não estava preparado para essa crise, e eles [concorrentes] vão ter que fazer um movimento, e isso pode ser favorável a Soma”, explicou Jatahy.

O executivo ainda apontou que “iniciamos o projeto de integração das multimarcas no ambiente ‘omni’ [omnichannel, ou unificação de canais], reduzindo o ‘stock out’ destes parceiros. Em abril foi a primeira fase desse projeto e em junho eram cerca de 200 multimarcas habilitadas a acessar e vender nossos estoques dentro da nossa plataforma”.

“Enxergamos esse projeto um dos pilares do grupo, dado o potencial de escalabilidade, com meta de incorporar 100% das multimarcas na plataforma até o final de 2021. Nosso objetivo é atingir mais de 3 mil multimarcas, sendo mil no fim do ano, vendendo através da nossa plataforma, em um mercado que tem um potencial de mais de R$ 1 bilhão”, completou.

Sobre o varejo físico, o executivo declarou que “acreditamos no canal loja, mas [plano] de tamanho, distribuição podem ser revisitados para algumas marcas. Estamos parcimoniosos no processo de expansão do físico nesse novo normal, que, na verdade, só se dará com a chegada da vacina [para a covid-19], quando teremos clareza de como será o redimensionamento do varejo físico”.

Resultados do Grupo Soma no 2T20

O Grupo Soma apresentou, na noite da última quinta-feira (27), seu primeiro balanço trimestral desde que realizou sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). A empresa obteve um prejuízo de R$ 32,7 milhões, contra um lucro líquido de R$ 18,8 milhões no mesmo período do ano passado.

A companhia, no entanto, ressaltou que o resultado líquido ajustado ficou negativo em R$ 18,4 por conta de alguns efeitos não recorrentes, que, dentre eles, o a companhia destaca: provisões para a crise da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), exclusão dos impactos gerados pelo vesting antecipado das ações de incentivo de longo prazo dada pela abertura de capital, e marcação das opções entre o grupo e seus sócios, uma vez que teve efeito não caixa.

A receita líquida da do Grupo Soma foi de R$ 188,4 milhões, uma queda de 37% em comparação ao mesmo período do ano passado. Na comparação de semestre para semestre, a empresa teve um faturamento 19% menor, saindo de R$ 592,7 milhões para R$ 482,9 milhões.

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Laura Moutinho

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