Fundador da Ricardo Eletro é preso acusado de sonegação fiscal

O fundador da Ricardo Eletro, Ricardo Nunes, foi preso na manhã desta quarta-feira (8) em uma operação do Ministério Público de Minas Gerais, pela Receita Estadual e pela Polícia Civil em combate à sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

O empresário, conhecido por ter criado a varejista Ricardo Eletro foi detido em São Paulo  acusado de ter obtido ilegalmente R$ 387 milhões por supostas irregularidades cometidas nos últimos cinco anos. Em nota à imprensa, a empresa diz que Nunes e seus familiares não integram mais o quadro de acionistas nem da sua administração. E que os atos investigados são de responsabilidade do empresário.

Para a fiscalização de Minas Gerais, houve irregularidade no pagamento de impostos. “A empresa já vem omitindo recolhimento de ICMS há quase uma década. Fiscalizamos há muito tempo, e a partir da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de novembro de 2019, onde apropriação indébita é crime, iniciamos a operação”, disse Antônio de Castro Vaz, superintendente regional da Fazenda.

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“A empresa declara o débito que deve, mas não faz os pagamentos. Faz os parcelamentos, mas não cumpria”, afirma Vaz. Existe também a suspeita de ocultação de bens por parte dos executivos.


A filha de Ricardo, Laura Nunes, que estava na Grande Belo Horizonte, em Minas Gerais, também foi presa. Um mandado de prisão foi expedido ao diretor superintendente da rede varejista, Pedro Daniel Magalhães, e, até às 8h, estava foragido. O irmão de Ricardo, Rodrigo Nunes, também tem um mandado de busca e apreensão em aberto.

A Justiça, além de expedir os mandados de prisão, determinou o sequestro de bens imóveis de Ricardo, estimados em aproximadamente R$ 60 milhões, com o intuito de ressarcir danos causados ao estado de Minas Gerais.

“O investigado se apropriou indevidamente do tributo. Em contrapartida, seu patrimônio só crescendo”, disse o delegado Vitor Abdala. Segundo ele, documentos, computadores e celulares foram apreendidos.

Os bens imóveis do criador da empresa não estão registrados no nome dele, mas da mãe, de um irmão e de suas filhas. De acordo com a força-tarefa, o crescimento patrimonial do principal sócio aconteceu na mesma época em que os crimes tributários foram exercidos, caracterizando lavagem de dinheiro.

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Em 2019, a Ricardo Eletro apresentou seu pedido de recuperação judicial, em meio à falta de condições para arcar com suas dívidas, na ordem de R$ 3 bilhões. A varejista já fechou diversas lojas no Brasil e chegou a encerrar suas atividades no Mato Grosso.

Em nota de esclarecimento, a empresa disse que o ex-executivo e seus familiares “não fazem parte do quadro de acionistas nem mesmo da administração da companhia desde 2019, que hoje tem controle acionário diferente”.

“Vale ainda esclarecer que a operação realizada hoje […], faz parte dos processos anteriores à gestão atual da companhia e dizem respeito a supostos atos praticados por Ricardo Nunes e seus familiares, não tendo ligação com a companhia”, disse a Ricardo Eletro.

Jader Lazarini

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