Coronavoucher: restam R$ 45 bi para pagamento em parcelas do auxílio

De acordo com o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, ainda restam cerca de R$ 45 bilhões a serem pagos em parcelas do auxílio emergencial (coronavoucher) para os beneficiários. A informação foi divulgada nesta terça-feira (17).

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Comentando sobre o coronavoucher, o secretário apontou que “isso nos dá muita convicção de que a economia terá a necessária tração para fechar 2020 e entrará bem em 2021. Passo a passo iremos caminhar com um crescimento cada vez maior e mais sustentável”.

Nesse sentido, Sachsida apontou que se esses R$ 45 bilhões que restam para pagamento forem somados ao valor que as famílias pouparam do benefício e ao potencial de saques do FGTS, o valor que ainda pode entrar na economia fica perto de R$ 110 bilhões. Segundo o secretário, “é um volume expressivo de recursos de hoje até janeiro”.

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Ele ainda completou dizendo que “acho que o crédito também é um caminho. Toda a literatura mostra a importância dos canais de crédito para a retomada econômica”.

No entanto, ele preferiu não entrar em detalhes sobre o fim do auxílio emergencial e apontou que “questões sobre auxílio emergencial e Bolsa Família são decisões que cabem ao presidente da República”.

Além disso, o secretário falou sobre o cenário atual do País e ponderou que “na situação que o Brasil se encontra hoje, se gastarmos muito o crescimento diminui. Se o governo gastar muito agora, o PIB [Produto Interno Bruto] cai, a inflação aumenta, os juros aumentam, o investimento cai e o desemprego aumenta. A consolidação fiscal está no melhor interesse da população, principalmente dos mais pobres”.

FGV: coronavoucher reduziu a pobreza em 23%

O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social) divulgou, no início do mês passado, um estudo apontando que o auxílio emergencial cooperou para queda temporária da pobreza no Brasil. Os dados mostraram que, até o oitavo mês de 2020, 15 milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza, representando um decréscimo de 23,7% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Após a divulgação da pesquisa “Covid, Classes Econômicas e o Caminho do Meio: Crônica da Crise até Agosto de 2020″, o coordenador do estudo, Marcelo Neri, destacou que o País ainda contabiliza 50 milhões de pobres, ou seja, o nível mais baixo de toda a série estatística.

“Em toda a série estatística a pobreza nunca esteve num nível tão baixo, são 50 milhões de brasileiros. A queda foi realmente inédita, de acordo com as séries estatísticas”, apontou. O estudo considerou como pobreza uma renda domiciliar per capta de até meio salário mínimo, equivalente a R$ 522,50.

Neri reforçou que a diminuição da pobreza é temporária, e pode ser revertida com o fim do coronavoucher. “O boom social ocorrido em plena pandemia é surpreendente, mas enseja uma preocupação, porque a sua principal causa, que é o auxílio emergencial, generoso, que foi concedido, ele cai à metade agora em outubro, e depois é totalmente extinto em 31 dezembro. Então, a nossa estimativa é que esses 15 milhões que saíram da pobreza vão voltar à velha pobreza de maneira relativamente rápida”, disse.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Laura Moutinho

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