Coronavírus: País perde 860 mil empregos no pior abril em 29 anos

O Brasil registrou o fechamento de 860.503 vagas de trabalho formal em abril, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira (27). Foi o primeiro mês completo sob restrição de funcionamento de empresas para conter o avanço do coronavírus.

Em abril do ano passado, foram registrados 129.601 novos postos de trabalho com carteira assinada, com 1.374.628 admissões e 1.245.071 demissões. Em abril deste ano, as contratações ficaram em 598.596, queda de 56,5% na comparação ano a ano. O número de desligamentos chegou a 1.459.099, alta de 17,2% no número de demissões em relação ao mesmo período do ano passado.

No acumulado deste ano até abril, houve 4.999.981 admissões, queda de 9,6% em relação ao igual período de 2019, e 5.763.213 demissões no País, aumento de 10,5% na comparação anual, com resultado de -763.232. Vale destacar que o número de admissões de janeiro a abril do ano passado foi de 5.529.457 e de demissões foi de 5.215.622 no período, com um saldo positivo de 313.835.

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O Estado de São Paulo, em valores nominais, teve o pior desempenho com -260.902 vagas. Minas Gerais aparece em segundo lugar com -88.298, seguida de Rio de Janeiro (-83.626) e Rio Grande do Sul (-74.686).

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Vale destacar que, em abril, o setor que mais demitiu foi o de serviços. Já no acumulado do ano, até o mês passado, o comércio foi o setor com o maior número de desligamentos.

Na comparação entre abril deste ano e o mesmo período do ano passado, o salário médio real de admissão no Brasil registrou uma alta, passando de R$ 1.496,92 em 2019 para R$ 1.814,62 em abril deste ano.

O Ministério da Economia confirmou, ao Suno Notícias, que seus dados do Caged são sobre admissões e desligamentos. Assim, “os dados de redução ou suspensão de contrato, conforme previstas na MP 936/2020, não entram como desligamento, pois são medidas de preservação do emprego e da renda”.

O recorde no número de demissões acontece em meio a um cenário atípico, provocado pela crise gerada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). As restrições impostas por governos estaduais e pelo Federal tem diminuído fortemente a atividade econômica e empurrado a economia brasileira e global para uma recessão.

Juliano Passaro

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