Coronavírus: OMS alerta para o risco de pandemia

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou nesta segunda-feira (9) para o risco do novo coronavírus (Covid-19). Segundo ele, a “ameaça de pandemia” passa a ser muito real.

“Agora que o novo coronavírus está presente em muitos países, a ameaça de uma pandemia tornou-se muito real”, afirmou Ghebreyesus . “Mas seria a primeira pandemia da história que poderia ser controlada. O ponto principal é: não estamos à mercê deste vírus”, ressaltou o diretor.

Na mesma linha, a economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, afirmou nesta segunda-feira que as autoridades políticas monetárias governamentais irão ter agir contra a epidemia. Órgãos deverão impor novas medidas fiscais, monetárias e financeiras substanciais para frear o impacto que o surto global de coronavírus já teve sobre a economia.

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“Acho que ainda estamos no começo ou no meio da epidemia. Ainda estamos bastante no ciclo de subida da doença. A doença não terminou seu caminho de forma alguma”, declarou o diretor-executivo de programas de emergência da OMS, Michael Ryan.

De acordo com o Ryan, uma doença só atinge o patamar de “epidemia” quando o vírus está espalhado de país em país. Segundo ele, com 100 países afetados e 100 mil casos no mundo estamos alcançando um ponto de inflexão.

Não é uma medida quantitativa, qual haveria um ponto de virada, mas qualitativa. Nesse estágio, o agente patológico estará presente em todos os países e muitos locais serão afetados.

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“Não estou preocupado com a palavra, estou preocupado com a reação do mundo a essa palavra. Qual vai ser a reação? Lutar contra o vírus ou desistir?”, declarou o diretor-executivo.

Ryan relembrou também de países como China e Singapura que estão conseguindo combater a doença e a disseminação do vírus de maneira efetiva. “Com certeza podemos ver uma luz no fim do túnel”, declarou Maria van Kerkhove, líder técnica de programas de emergência da entidade.

As medidas chinesas no país tem surtido efeito contra o coronavírus. A China apresentou nesta segunda-feira o menor número de contaminações por dia desde o início da epidemia.

“Se nós tivemos um país ter mais de 80 mil casos e agora reduzir, isso é mais que esperança, é prova de que pode ser reduzido”, afirmou van Kerkhove. A tendência de queda observada no país foi registrada desde o final de fevereiro.

Os países com mais casos reportados de coronavírus ainda são liderados pela China, epicentro da epidemia e onde ela se iniciou. Irã, Coreia do Sul e Itália vêm em seguida.

“De todos os casos reportados ao redor do mundo até agora, 93% são de apenas 4 países”, ressaltou Ghebreyesus. “Essa é uma epidemia desigual no nível global. Países diferentes têm cenários diferentes, pedindo uma resposta personalizada”.

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Em 43 países que reportaram casos de coronavírus,  registraram menos de 10. Da mesma maneira, em 79 países há menos de 100 casos. O diretor-geral afirmou que os governos precisam de contenção rápida, contenção e isolamento para evitar a disseminação em seus países.

Segundo os dados da OMS, foram reportados ao todo 80.904 casos de coronavírus na China. E entre os países mais afetados destacam-se a Coreia do Sul (7.382), Itália (7.375), Irã (6.566), França (1.116) e Alemanha (1.112).

Arthur Guimarães

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