Coronavírus: FMI defende a manutenção de estímulos para a recuperação econômica

O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou nesta quarta-feira (14) que serão necessários mais gastos públicos para completar a recuperação econômica após o impacto da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O anúncio foi feito diante das negociações sobre um novo pacote de estímulos à economia que vem ocorrendo nos EUA.

De acordo com a nota publicada pelo FMI em relação ao impacto da pandemia nas finanças públicas, a dívida pública global “dará um salto sem precedentes” neste ano, mas “não é o risco mais imediato. A prioridade de curto prazo, em vez disso, é evitar a retirada prematura do apoio.”, informou.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, iniciou o evento online informando que sua maior preocupação é que a ajuda fiscal a trabalhadores e empresas possa ser extinta de forma muito abrupta. Diante disso, os mandatários de outros bancos centrais defenderam os argumentos e ainda expressaram suas preocupações, declarando a urgência da pauta.

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Os bancos centrais também informaram sobre a existência de limites da política monetária e seu papel para ajudar no curto prazo. As autoridades fiscais terão de terminar o trabalho, anunciaram.

Contas públicas: Brasil terá rombo até 2025, estima FMI

O Brasil deverá registrar um déficit primário até 2025, quando o País passará a apresentar um resultado negativo de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados divulgados nesta quarta-feira (14) pelo Fundo Monetário Internacional. O rombo nas contas públicas acontecerá, segundo o FMI, devido ao aumento emergencial de gastos públicos adotado pelo governo para diminuir o impacto da crise provocada pela pandemia do coronavírus (Covid-19).

Segundo o FMI, o déficit primário (resultado entre os gastos do governo e a sua receita, desconsiderando as despesas com juros da dívida pública) deve aumentar de um resultado negativo, como proporção do PIB, de 1% em 2019 para 12% neste ano. Em abril desta ano, o FMI previa que o déficit primário neste ano ficaria em 5,2% do PIB.

Vale destacar que, até 2013, o Brasil vinha acumulando superávits primários. Isso significa que o País gastava menos do que arrecadava. Para a redução da dívida pública, este período foi extremamente importante. Além da importância em relação a dívida pública, o Brasil, consequentemente, acabou recebendo o selo de grau de investimento das agências de classificação de risco.

A partir de 2014, entretanto, houve um descontrole dos gastos, e o Brasil acabou perdendo o selo de bom pagador, o que fez com investimentos externos diminuíssem. Se as projeções do FMI se concretizarem, o governo terá que arcar com uma sequência de 12 anos com gastos maiores que as despesas.

O FMI informou que, com a melhora do quadro econômico em 2021, dado que o PIB deverá passar de uma queda de 5,8% em 2020 para crescimento de 2,8% em 2021, haverá uma diminuição de gastos públicos, mas mesmo assim será registrado um nível elevado de despesas. A estimativa é de que o déficit primário chegará a 3,1% do PIB em 2021. O déficit, em proporção ao PIB, diminuirá para 2% no ano seguinte, atingirá 1,3% em 2023 e chegará a 0,6% em 2024.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Rafaela La Regina

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