Coronavírus: crise do setor aéreo ameaça 46 milhões de empregos

O Grupo de Ação do Transporte Aéreo (Atag) divulgou nesta quarta-feira (30) um relatório informando que o colapso do setor aéreo causado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o qual levou países a fecharem suas fronteiras e aplicarem medidas de isolamento social, pode acabar com 46 milhões de postos de trabalho ao redor do mundo, afetando mais da metade dos 87,7 milhões de empregos gerados pela indústria.

O setor aéreo, o qual inclui empresas aéreas, fabricantes de aeronaves, aeroportos e gerenciamento do tráfego, tinha 11 milhões de empregados antes da crise do coronavírus, ao passo que 4,8 milhões destes postos de trabalho devem desaparecer, estimou o relatório produzido pela Atag em conjunto com a Oxford Economics.

“A paralisação quase total do sistema por vários meses, assim como a natureza inconsistente da reabertura, aponta que as viagens aéreas não irão recuperar os níveis pré-covid até 2024”, relataram os dados.

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De acordo com o diretor executivo da Atag, Michael Gill, a análise prevê que devem ser perdidos até 4,8 milhões de empregos na aviação até o início de 2021, resultando em uma redução de 43% em comparação com o período antes da crise.

” Quando expandimos os efeitos para todos os empregos apoiados pela aviação, 46 milhões de postos estão em risco. Esse número inclui funções altamente qualificadas na aviação, negócios no turismo impactados pela falta de viagens aéreas e empregos ao longo da cadeia de suprimentos em construção, serviços de alimentação entre outros”, concluiu.

O relatório também apontou quantos empregos estão em risco por segmentos, sendo eles:

  • Segmento de viagens aéreas: 26 milhões de postos de trabalho
  • Companhias de bens e serviços para empresas e funcionários do setor aéreo: 15 milhões de postos de trabalho
  • Empresas aéreas: 1,3 milhões de postos perdidos.

Ao passo que os empregos gerados pela aviação devem diminuir em 52%, o que revela uma perda de US$ 1,8 trilhão no PIB Global. A pesquisa prevê que os efeitos da pandemia serão sentidos pela indústria por muitos anos, sendo a pior crise já enfrentada pelo setor.

“Já aconteceram reduções no tráfego de passageiros provocadas por choques no passado, mas nunca uma paralisação quase total do sistema global”, informou o documento, prevendo ainda que a quantidade de passageiros transportados durante 2020 deve ser menor que a metade do registrado em 2019.

De maneira semelhante, as empresas brasileiras do setor aéreo estão sendo prejudicadas pela crise, entre elas, a Latam, que entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, a Avianca Brasil, que teve a falência decretada e a Embraer, que já anunciou a demissão de 2,5 mil funcionários.

Coronavírus: Diário Oficial divulga setores mais impactados pela pandemia

O governo divulgou no dia 15 de setembro, através do Diário Oficial da União, uma lista que informa os setores da economia brasileira que foram mais afetados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

As atividades artísticas e de transporte aéreo foram as mais prejudicadas, seguidas por transporte ferroviário e metroferroviário de passageiros.

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De acordo com Carlos Alexandre da Costa, Secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, “A lista de atividades de que trata esta portaria é destinada a orientar as agências financeiras oficiais de fomento, inclusive setoriais e regionais, acerca dos setores mais impactados pela crise ocasionada pelo coronavírus“.

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Rafaela La Regina

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