Coronavírus: como as instituições internacionais estão agindo?

No dia 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o novo coronavírus (Covid-19) havia se tornado uma pandemia. Desde então, de continente a continente, a contenção da disseminação da doença praticamente se prioridade.

A restrição da circulação de pessoas levou os governo centrais a se preocuparem com a situação econômica das nações, além de também não pouparem esforços com a manutenção dos sistemas de saúde. Mas, enquanto os efeitos do coronavírus assombram o planeta, como as instituições internacionais podem agir?

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As organizações internacionais, seja de cunho financeiro e econômico, da área da saúde, política ou segurança, existem para contribuir com os países em seu desenvolvimento ou proporcionar um amparo em momentos de crise.

Tais instituições podem ser definidas como uma sociedade entre Estados. Constituídas por meio de tratados, como o acordo de Bretton Woods, de 1944, possuem o intuito de estimular a permanente cooperação entre seus membros, a fim de alcançar seus objetivos em comum.

O Banco Mundial em meio ao coronavírus

Inicialmente nomeado como Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), o Banco Mundial (BM) é uma instituição sem fins lucrativos que colabora com o desenvolvimento econômico de países que procuram um financiamento.

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A organização é composta por 170 membros de todos os países participantes. Além disso, dentro do espectro do BM, existem outros grupos atuantes:

  • Associação do Desenvolvimento Internacional (ADI)
  • Sociedade Financeira Internacional
  • Agência Unilateral de Garantia de Investimentos
  • Centro Internacional de Arbitragem para Disputa sobre Investimentos

Segundo o professor de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Demétrius Pereira, “a crise do coronavírus não parece ser pontual, sendo muito mais próxima de uma guerra, como a criação de hospital de campanha, usualmente utilizados em guerras, demonstra”.

“Dessa forma, a atuação que mostra-se ser necessária é na forma de reconstrução dos países. Portanto, quem está mais atuante é o Banco Mundial. Ele têm direcionado projetos para a área de saúde, pra investimentos em reconstrução e estrutura, especialmente nos países em desenvolvimento”, disse Pereira.

No dia 2 de abril, o BM divulgou seu primeiro lote de projetos específicos para a América Latina e o Caribe, aprovados pelo Conselho de Diretores da instituição. As iniciativas fazem parte da resposta global do Banco ao vírus, que na primeira fase totalizará até US$ 14 bilhões (cerca de R$ 71,02 bilhões).

Saiba mais: FMI: crise do coronavírus já tirou US$ 90 bilhões de mercados emergentes

Inicialmente, o apoio à América Latina e ao Caribe é de US$ 95 milhões (R$ 488,6 milhões) para quatro países. Outros US$ 170 milhões (R$ 874,40 milhões) foram utilizados em operações em andamento em vários países.

O que o FMI tem feito?

Bretton Woods também foi o movimento precursor de outra organização internacional, o Fundo Monetário Internacional (FMI). Com o objetivo inicial de garantir os parâmetros do comércio internacional, do emprego e da estabilidade cambial, evitando que uma nova Grande Depressão assolasse o planeta, como em 1929.

Atualmente, 188 países fazem parte da convenção. Cada uma das nações colabora com o fundo através de um donativo em dinheiro, que varia conforme os indicadores econômicos de cada país.

O FMI possui grande importância no empréstimo de dinheiro a países que estão em processo de recuperação ou com um alongamento extenso da dívida interna. “FMI atua, em geral, com empréstimos de curtíssimo prazo, quando há algum desequilíbrio no balanço de pagamento dos países, ou seja, quando o endividamento público é muito grande”, disse o especialista.

No dia 3 de abril, em entrevista coletiva, a diretora-chefe do FMI, Kristalina Georgieva, disse que a pandemia de coronavírus tem levado a economia global à estagnação e mergulhado o mundo em uma recessão que será “muito pior” do que a crise financeira global de uma década atrás, referindo-se à crise do subprime, de 2008.

A instituição monetária internacional, no entanto, ainda não anunciou nenhuma medida específica para o combate ao coronavírus. “O FMI também está preocupado, mas é mais um monitoramento. Não precisou atuar de forma a emprestar recursos para que os países não se endividem mais”.

Entretanto, Pereira ressalta que “o que se percebe do posicionamento do FMI é que está alinhado com a OMS acerca do isolamento social. Ou seja, primeiro proteger vidas, depois corrigir o estrago econômico”.

O professor especialista diz que “o objetivo principal dessas duas organizações é fornecer empréstimos aos países, mas trabalham de uma forma distinta”, o que fica claro em meio ao coronavírus, embora andas tenham seu escopo de atuação.

Jader Lazarini

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