Coronavírus: BCs injetaram US$ 6 trilhões na economia global

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), os bancos centrais têm sido a primeira frente de combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). De acordo com o relatório de Estabilidade Financeira Global, divulgado na noite da última terça-feira (14), as autoridades monetárias centrais dos países já injetaram mais de US$ 6 trilhões (R$ 31,54 trilhões) na economia global.

As medidas dos bancos centrais, em resposta aos impactos econômicos do coronavírus, incluem programas de expansão dos balanços, linhas emergenciais e compras de ativos, como o uso do Quantitative Easing. O FMI diz que as ações contribuem para estabilizar o sistema financeiro e a economia global em meio à crise.

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De acordo com a entidade internacional, o afrouxamento da política monetária é uma das medidas mais importantes. “No caso das economias avançadas, os BCs cortaram as taxas para as mínimas históricas”, considera. Quanto aos emergentes, o FMI salienta que quase metade dos condutores de política monetária já utilizaram cortes nas taxas de juros na economia.

O FMI salienta o providenciamento de liquidez no sistema financeiro, o que inclui operações no mercado aberto. Alguns dos bancos centrais concordaram em elevar sua liquidez em dólares através de linhas de swap com o Federal Reserve (Fed), Banco Central dos EUA.

Incertezas geradas pelo coronavírus

Por meio de seu relatório, o FMI afirmou que mesmo com a ação coordenada dos bancos centrais, a pandemia do coronavírus já impacta fortemente o sistema financeiro global.

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Segundo o diretor do departamento monetário e de mercado de capitais da entidade, Tobias Adrian, um dos responsáveis pelo relatório de estabilidade financeira, “no ponto onde estamos, há uma grande incerteza sobre a severidade e duração” da retração econômica gerada pelas medidas para contenção do vírus, como isolamento social.

De acordo com o documento, uma intensificação da crise pode ameaçar a estabilidade financeira de todo o mundo. Desde o começo do crescimento dos números do coronavírus, os preços dos ativos de risco têm caído drasticamente. Segundo o órgão, no principal momento da recente onda de vendas, os ativos de risco sofreram metade ou mais das maiores quedas observadas durante a crise de 2008.

“Por exemplo, muitos mercados acionários – tanto nas grandes quanto nas pequenas economias – apresentaram declínio de 30% ou mais até o momento”, aponta o documento. Os “spreads” de crédito subiram, sobretudo os de títulos emitidos por empresas de ratings mais baixos.

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O FMI alerta que o mundo tem de estar preparado para um cenário ainda mais complicado em relação aos efeitos da doença. Conforme o relatório, a disseminação da pandemia pode exigir imposição de medidas mais longas e duras de contenção e isolamento.

O órgão internacional indica que o acentuado aperto das condições financeiras internacionais após o início da propagação do vírus junto como uma “dramática deterioração do cenário econômico têm mudado maciçamente a perspectiva de um ano de um crescimento global para uma recessão”. Para a entidade, os riscos de uma contração da economia global aumentaram muito após os desdobramentos do coronavírus.

Jader Lazarini

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