Copom não prevê redução do grau de estímulo, diz relatório de inflação

O Comitê de Política Monetária (Copom) não deve elevar a taxa básica de juros da economia (Selic), a menos que as expectativas pela inflação estejam próximas das metas. As informações foram reveladas por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira (24).

Na última semana, o comitê formado pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e os diretores da entidade, manteve a Selic em 2%, sua mínima histórica, interrompendo a sequência de cortes. Na ata da reunião, o Copom informou que sua projeção de inflação no cenário híbrido, com juros do Boletim Focus e câmbio fixo em R$ 5,30, é de 2,1% neste ano, 2,9% em 2021 e 3,3% em 2022.

As estimativas pelo aumento de preços faz com que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial do País, fique abaixo das metas estabelecidas para os anos citados, de 4% em 2020, 3,75% em 2021 e 3,5% em 2022. Na prática, a autoridade monetária central indica que pode voltar a elevar a taxa de juros somente quando as expectativas de inflação estiverem próximas desses alvos.

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Copom salienta riscos diversos

No relatório divulgado nesta quarta-feira, o BC disse que existe uma “assimetria em seu balanço de riscos”; por um lado, é observado um nível de ociosidade da atividade econômica que pode produzir baixa inflação, “notadamente quando essa ociosidade está concentrada no setor de serviços”. “Esse risco se intensifica caso uma reversão mais lenta dos efeitos da pandemia prolongue o ambiente de elevada incerteza e de aumento da poupança precaucional”, salientou o comitê no relatório.

Enquanto por outro lado, as políticas fiscais colocadas em prática meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19) podem causar aumento de preços. “Adicionalmente, os diversos programas de estímulo creditício e de recomposição de renda, implementados no combate à pandemia, podem fazer com que a redução da demanda agregada seja menor do que a estimada, adicionando uma assimetria ao balanço de riscos“, disse a autoridade monetária.

Estas concepções já estavam contidas no comunicado e na ata da decisão da última semana. No RTI, o BC também abordou o foward guidance da política monetária.

“De forma a prover o estímulo monetário considerado adequado para o cumprimento da meta para a inflação, mas mantendo a cautela necessária por razões prudenciais, o Copom considera apropriado utilizar uma prescrição futura (isto é, um forward guidance) como um instrumento de política monetária adicional”. Esta prescrição futura considera, justamente, a avaliação em relação à trajetória da Selic, incluindo as projeções de inflação, as metas e o regime fiscal.

Com informações do Estadão Conteúdo.

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Jader Lazarini

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