Conheça a Nikola, a mais nova concorrente da Tesla

A mais nova empresa de veículos elétricos, Nikola (NASDAQ: NKLA), alcançou uma valorização de 134% das suas ações cinco dias após o seu IPO em 4 de junho. Apesar de ainda não registrar faturamento, a empresa prevê bilhões de dólares em receita com a venda e locação de veículos futuristas de 18 rodas que não poluem.

As ações da Nikola, uma companhia que projeta e planeja fabricar caminhões elétricos movidos a hidrogênio, mais que dobraram dentro de dias após a conclusão da sua fusão reversa com a VectoIQ. Nesse processo, uma empresa privada adquire uma empresa de capital aberto como investimento e, consequentemente, se torna uma companhia listada na bolsa de valores.

Além da participação de acionistas da NASDAQ, a Nikola é também controlada por investidores privados, como a Blackstone Group, a ValueAct e a fabricante de veículos comerciais CNH Industrial. O IPO da Nikola na Nasdaq neste mês é a estreia mais audaciosa de uma startup de transporte elétrico em Wall Street desde a Tesla (NASDAQ: TSLA).

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Atualmente, o valor de mercado da empresa é de cerca de US$ 23 bilhões (aproximadamente R$ 120 bilhões), praticamente em linha com a Ford (NYSE: F), que vendeu mais de 5 milhões de veículos no ano passado. Além disso, o fundador da Nikola, Trevor Milton, alega que sua picape será o rival da F-150 da Ford, a camionete mais vendido nos EUA.

Apesar da falta de receita atual da Nikola, Milton disse que os investidores se interessaram pela empresa devido a sua missão de reduzir a emissão de carbono dos caminhões. O mercado está  apostando na crescente eletrificação do setor de caminhões ao considerar que a Agência de Proteção Ambiental dos EUA planeja finalizar os regulamentos para reduzir, a partir de 2027, em 25% a emissão de carbono dos veículos pesados.

Especialistas veem vantagens e desvantagens na Nikola

Segundo as análises realizadas por especialistas do setor de transporte elétrico, veículos movidos à células de hidrogênio podem ter algumas vantagens, principalmente em aplicações comerciais:

  • Em primeiro lugar, a recarga da bateria é mais rápida, o que se torna útil para os veículos comerciais que não podem desperdiçar o tempo nas estações de recarregamento de bateria elétrica.
  • Em segundo lugar, é provável que a distância percorrida pelo veiculo seja maior, já que a Nikola indicou que seu caminhão poderia ter um alcance de 500 a 750 milhas (cerca de 1210 quilômetros). Isso representaria um aumento quando comparado com o alcance máximo de 500 milhas da Tesla.

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No entanto, a empresa também recebe críticas relacionadas aos seus custos. Ao mesmo tempo que a Nikola e a Tesla precisarão investir muito na construção de infraestrutura de recarga para seus caminhões, acredita-se que o foco da Nikola nas células de hidrogênio faz do processo mais caro e complexo.

Ao contrário das estações de recarga de veículos elétricos tradicionais, que fornecem eletricidade, as estações de reabastecimento da Nikola precisarão produzir hidrogênio, através de um processo de eletrólise. Elevando os custos da empresa.

A expectativa da Nikola para o futuro

Segundo o CEO da empresa, a Nikola começará a aceitar reservas para um dos modelos de caminhão, o Texugo, no dia 29 de junho. Os depósitos necessários para reservar o veículo variam de US$ 250 a US$ 5.000, e o caminhão custará entre US$ 60.000 e US$ 90.000, disse Milton. Ele reconheceu que será mais caro que o futuro carro da Tesla, o Cybertruck, já que esse terá um preço de US$ 39.900.

Milton informou que a empresa está produzindo caminhões em sua fábrica na Alemanha e eles serão testados este ano e em 2021. “Estamos com menos de um ano de produção e receita”, disse o CEO em uma entrevista na televisão.

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Adicionalmente, a Nikola anunciou na última semana a abertura de uma fábrica no estado do Arizona, nos EUA. A fábrica funcionará na cidade de Coolidge a partir de 23 de julho, e trará um enorme fluxo de empregos para a região.

Em uma entrevista a um jornal norte-americano, Milton indicou a importância que a missão da empresa tem para as suas futuras decisões. “Meu negócio não é apenas lucros trimestrais; é sobre quantas pessoas eu posso ajudar. [Nossos concorrentes] nunca entenderão isso porque não são as mesmas pessoas que nós”, afirmou o CEO da Nikola.

Daniel Guimarães

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