Balanços da semana

Confira quatro ações de empresas que apoiam a sustentabilidade

A agência de marketing norte-americana Union+Webster apontou, por meio de uma pesquisa divulgada em março de 2019, que 87% dos brasileiros preferem consumir produtos de empresas que praticam a sustentabilidade.

Embora a pesquisa realizada pela agência seja recente, a sustentabilidade está no radar das empresas há quase 20 anos. No Brasil, o primeiro fundo de ativos de empresas com práticas sustentáveis foi o Fundo Ethical, criado em 2001 pelo Banco Santander.

Além disso, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3), criou, em 2005 o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Sua carteira mais recente foi anunciada no dia 29 de novembro. O indicador analisa as empresas brasileiras com base nos seguintes tópicos:

  • eficiência econômica;
  • equilíbrio ambiental;
  • justiça social;
  • governança corporativa.

Leia também: Confira as empresas listadas na carteira ISE B3 de 2020

De acordo com a professora de finanças sustentáveis da B3 Educação, Maria Eugênia Buosi, as empresas estão considerando os temas ambientais e sociais cada vez mais como oportunidades de negócio.

“A sustentabilidade hoje é vista como um dos principais índices para inovação nas empresas”, afirmou Buosi.

Por que as empresas olham para a sustentabilidade?

Segundo a professora, existem quatro principais fatores que fazem com que as empresas olhem para a sustentabilidade. O primeiro deles é o risco regulatório, ou seja, as práticas sustentáveis são estimuladas como forma cumprir as determinações de órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

“O tema é tão importante que o próprio regulador começa a reconhecer como uma questão de risco financeiro e sistêmico”, salientou Buosi.

O segundo tópico apontado foi o risco físico. Neste caso, as empresas consideram os riscos climáticos, questões como disponibilidade de água, por exemplo, e a gestão de custos operacionais. Todos esses fatores podem ser impactados com a falta de práticas sustentáveis.

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demanda foi apontada por Buosi como o terceiro aspecto que faz com que as empresas olhem para a sustentabilidade. Como apontado pela pesquisa da agência norte-americana, atualmente a população se preocupa mais em adquirir produtos sustentáveis.

Além disso, a professora salientou que as novas gerações possuem um comportamento diferente para consumir, pois buscam produtos de empresas com valores nos quais se identificam.

Por fim, Buosi considerou o acesso ao capital como o quarto fator analisado pelas empresas. Isso ocorre pois as práticas sustentáveis são consideradas uma forma de mitigar riscos e reposicionar as empresas no mercado. Como consequência, os credores analisam esses pontos como uma forma diferente de precificar seus produtos no mercado.

Quatro ações de empresas sustentáveis

Bradesco

O Bradesco (BBDC3; BBDC4) é uma das empresas brasileiras que possui práticas sustentáveis. A instituição financeira integrou o ISE por todos os anos desde sua criação.

De acordo com a professora, as práticas sustentáveis realizadas pelos bancos são impulsionadas pela atuação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e pela resolução ambiental do Banco Central (BC).

No último pregão, os papéis preferenciais do Bradesco, sob o ticker BBDC4, encerraram em alta de 0,17%, a R$ 34,80. Os papéis ordinários (BBDC3) fecharam com variação positiva de 0,90%, negociados a R$ 32,52.

Klabin

A Klabin (KLBN3; KLBN4), empresa brasileira que atua no setor de produção de celulose, é uma das empresas que também faz parte do ISE.

Buosi ressaltou que a demanda é um dos principais motivos que levam as empresas do setor de papel e celulose a buscarem práticas sustentáveis.

As companhias que atuam neste segmento recebem certificações de qualidade baseadas em políticas ambientais e nas condições de trabalho de seus funcionários. As empresas  que possuem essas certificações conseguem vender seus produtos no mercado externo por preços mais elevados, visto que a qualidade dos produtos é superior.

As units da Klabin, sob o ticker KLBN11, encerraram em alta de 0,53%, negociadas a R$ 18,83. Os papéis ordinários (KLBN3) fecharam em alta de 0,23%, a R$ 4,33. Já as ações preferenciais (KLBN4) encerraram em alta de 0,83%, a R$ 3,66.

Engie

A Engie (EGIE3) é a maior empresa privada do setor de energia no Brasil. A companhia também possui práticas de sustentabilidade ambiental e social.

No caso das empresas do setor de energia, Buosi salientou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) exige, desde 2006, que essas companhias publiquem um relatório de responsabilidade socioambiental.

No pregão da última sexta-feira (13), as ações ordinárias da companhia, sob o ticker EGIE3, encerraram em alta de 0,33%, negociadas a R$ 47,99.

Natura

A Natura (NATU3), empresa de cosméticos que também faz parte do ISE, ganhou visibilidade ainda maior no meio sustentável por conta de suas práticas sociais.

A professora de finanças ressaltou que a maior diversidade nas empresas reflete diretamente na inovação, pois traz novos olhares. Como consequência, a tendência é que a rentabilidade também seja maior. “O que gera inovação nas empresas, são os olhares de perspectivas diversas”, afirmou Buosi.

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As ações Natura, última companhia que compõe a lista de empresas que praticam a sustentabilidade, encerraram em alta de 3,94%. Os papéis são negociados a R$ 36,71.

Giovanna Oliveira

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