Confira quais foram os cinco fundos imobiliários mais negociados em 2019

O número de pessoas que investem em fundos imobiliários (FIIs) cresceu 10,41% em agosto em comparação com o mês anterior. A quantidade de investidores chegou a 431.330 pessoas. Os dados fazem parte do Boletim do Mercado Imobiliário de agosto divulgado pela Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

Os fundos imobiliários são um tipo de investimento de renda variável. Ao aplicar nesta categoria, os investidores fazem um aporte em imóveis já existentes ou em construção comprando uma cota e tendo assim direito a rendimentos oriundos desses ativos. Além disso, é possível investir em dívidas emitidas para financiar a construção ou a aquisição de outros imóveis.

Segundo o especialista em Fundos Imobiliários da SUNO Research, Marcos Baroni, o corte da taxa básica de juros (Selic) por parte do Banco Central (BC) é o principal fator que motivou o aumento da busca por essa classe de ativos.

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“Com a queda dos juros, os ativos de renda fixa tradicionais de banco perdem muita atratividade. As pessoas começam a direcionar recursos para produtos mais estruturados. Os fundos imobiliários funcionam muito bem justamente pela tangibilidade”, explicou Baroni.

Até o final de agosto, 452 fundos eram registrados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Deste número, 191 estavam listados na B3. Confira quais foram os FIIs mais negociados nos oito primeiros meses de 2019:

KNRI11

O Kinea Renda Imobiliária (KNRI11) foi o fundo imobiliário mais negociado em 2019 até o momento. O volume negociado somou R$ 787.483.657,48 entre janeiro e agosto.

O KNR11 possui a maior representatividade do IFIX, principal índice desta classe de ativos da B3. O patrimônio deste fundo é de R$ 3,5 bilhões de reais. O FII conta com 84 contratos de locação e 50 locatários. Além disso, são 18 propriedades, sendo dez prédios comerciais e oito centros logísticos.

Até o final de agosto, 103,724 pessoas eram cotistas deste fundo. O número expressivo corresponde a mais de duas vezes a capacidade máxima do estádio do Pacaembu.

O ativo é gerenciado pelo Kinea, do grupo Itaú, responsável pelos três maiores fundos do país. Segundo Baroni, a gestão do fundo leva ao grande interesse dos investidores. “É um gestor bastante histórico no mercado, com uma imagem bastante aderente ao mercado de fundos imobiliários”, explicou o especialista.

No fechamento do mercado da última sexta-feira (27), o KNRI11 obteve alta de 0,57%, sendo negociado a R$ 159,00.

KNCR11

O Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11) ocupa a segunda posição na lista de fundos mais negociados neste ano. A gestão deste FII também é realizada pelo grupo Kinea.

Diferente do ativo anterior, este é um fundo de recebíveis imobiliários (CRIs). Neste caso, o fundo investe em ativos de renda fixa, embora os fundos imobiliários sejam uma classe de renda variável.

O fundo é composto por 47 CRIs e está avaliado em cerca de R$ 4 bilhões. O montante faz com que esse seja o maior FII listado na Bolsa de Valores de São Paulo.

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De acordo com Baroni, por possuir um risco de crédito baixo, a busca pelo KNCR11 está relacionada com o perfil conservador da população brasileira. “O brasileiro ainda tem uma forte aderência a ativos que tenham alguma posição em renda fixa”, afirmou.

No fechamento do mercado da última sexta-feira (27), o KNCR11 registrou alta de 0,038%, sendo negociado a R$ 104,85.

XPML11

O terceiro fundo mais negociado em 2019 foi o XP Malls (XPML11). O FII surgiu no final de 2017 e, em menos de dois anos, já teve cinco emissões.

Esse ativo obtém renda por meio do segmento de shopping centers. Atualmente, conta com dez shoppings. No entanto, no curto prazo, entre dois e seis novos empreendimentos devem fazer parte do fundo. Tendo, portanto, o portfólio mais diversificado entre os FIIs deste segmento.

O XPML11 possui imóveis em três regiões do País. A distribuição atual é de 53% na região Sudeste, 30% no Norte e 17% no Nordeste. Todos os empreendimentos são direcionados ao público de classe média alta.

O portfólio diferenciado e o tamanho do fundo, considerando as cinco emissões em um intervalo curto de tempo, foram apontados por Baroni como os principais fatores que despertaram o interesse dos investidores.

No fechamento do mercado da última sexta-feira (27), o XPML11 registrou alta de 0,80%, sendo negociado a R$ 111,78.

HGLG11

O quarto fundo mais negociado entre janeiro e agosto deste ano foi o CSHG Logística (HGLG11). O FII é o maior do segmento de galpões registrado na B3.

O fundo possui 13 ativos. Entre eles, o principal é um galpão locado para a Volkswagen, localizado em Vinhedo, de 132 mil m² de extensão. Essa propriedade corresponde a 32% do fundo e é o maior galpão listado na Bolsa.

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Entre os contratos, 54% são típicos e 45% são atípicos, sendo que 76% deles vencem depois de 2023. Os atípicos não podem ser cancelados, pois caso aconteça, o inquilino é responsável pelos custos.

A previsibilidade dos contratos do fundo é um dos fatores que chama atenção dos investidores para este FII, segundo Baroni.

No fechamento do mercado da última sexta-feira (27), o HGLG11 registrou alta de 0,16%, sendo negociado a R$ 153,75.

BBPO11

O responsável por ocupar a última colocação na lista dos cinco fundos mais negociados de 2019 é o Fundo Imobiliário Banco do Brasil Progressivo II (BBPO11). Os contratos deste FII possuem validade até 2022.

O FII é composto por imóveis corporativos e agências bancárias. Entre as propriedades, 61 delas são locadas ao Banco do Brasil.

Em 2012, o fundo foi considerado um divisor de águas para os investimentos no Brasil. Isso ocorreu pois foi um dos responsáveis para que o número de investidores na B3 duplicasse, quando saltou de 50 mil para 100 mil investidores.

De acordo com Baroni, por conta do avanço das operações digitais, a necessidade cada vez menor de agências físicas, é um tópico necessário que deve ser considerado. “Como o BBPO11 é o fundo mais importante neste segmento, é importante manter este ponto de atenção”, afirmou o especialista.

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O BBPO11, quinto colocado na lista de fundos imobiliários mais negociados de 2019, registrou alta de 0,020% na última sexta-feira (27). Os papéis estão sendo negociado a R$ 150,20.

Giovanna Oliveira

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