Comprador diz que pagou R$ 100 mil em dinheiro vivo a Flávio Bolsonaro

O ex-atleta Fábio Guerra confirmou nesta segunda (21) que pagou aproximadamente R$ 100 mil ao senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro. O pagamento foi feito para quitar parte da compra de um imóvel, no Rio de Janeiro.

Fábio Guerra diz que o dinheiro foi repassado entre junho e julho de 2017. Foi nesse período que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) verificou depósitos suspeitos (na soma de R$ 96 mil) na conta de Flávio Bolsonaro.

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“Paguei em dinheiro vivo porque havia recebido em dinheiro pela venda de outro apartamento. Como recebi aos poucos, fui pagando aos poucos”, afirmou Guerra. Ele também disse não ter mais contato com o filho de Jair Bolsonaro.

A declaração vai ao encontro do que disse o próprio Flávio, em entrevistas à TV Record e à Rede TV!. O senador eleitor declarou que recebeu o dinheiro em espécie e depositou o valor por conta própria.

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Segundo o Coaf, a movimentação foi considerada suspeita porque houve 48 depósitos de R$ 2 mil em sequência, entre junho e julho, na conta de Flávio Bolsonaro. Não é possível identificar quem fez os repasses.

Flávio diz que os depósitos foram feitos em quantias de R$ 2 mil por se tratar do limite no caixa eletrônico. No Itaú, único banco em que o parlamentar tem conta, o limite para depósito em espécie no caixa é de R$ 2 mil.

O filho do presidente Jair Bolsonaro trocou um apartamento que tinha no bairro de Laranjeiras por dois imóveis de Fábio Guerra, um apartamento na Urca e uma sala comercial na Tijuca, mais R$ 600 mil. A soma total da permuta foi de R$ 2,4 milhões. O valor é atribuído ao apartamento de Laranjeiras.

O valor declarado por compradores e vendedores é menor do que aquele usado pela prefeitura para cobrança de impostos. Além do mais, o período de aquisição dos imóveis é o mesmo em que o Coaf identificou movimentação de R$ 7 milhões nas contas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio. A informação é do jornal O Globo, publicada no domingo (20).

Fabrício Queiroz é investigado sob a suspeita de ter participado de um esquema ilegal de arrecadação de parte dos salários dos servidores do gabinete de Flávio Bolsonaro.

Guilherme Caetano

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