Como o coronavírus afetou os gastos dos norte-americanos

De acordo com pesquisas divulgadas em maio nos Estados Unidos, a pandemia do coronavírus (covid-19) modificou a forma como os consumidores norte-americanos escolhem gastar o dinheiro. O momento repleto de incertezas e dificuldades incentivou que cada indivíduo economizasse, em média, US$ 200 (cerca de R$ 1.000).

Segundo uma nova pesquisa do banco digital N26, 78% dos americanos mudaram seus hábitos em relação às finanças pessoais devido a pandemia do coronavírus.

Para 63% dos entrevistados, o estado da economia é a principal razão da mudança de prioridades. Logo depois, as pessoas citam as preocupações com a saúde como motivo para a mudança na vida financeira.

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Coronavírus levou a estocar produtos

Com o fechamento dos restaurantes e a implementação da quarentena obrigatória em varias regiões nos EUA, os supermercados observaram um forte aumento na demanda de comida. Entre os dias 10 e 18 de março, as vendas de supermercados aumentaram 79% em relação ao ano anterior.

Os alimentos processados ​​e enlatados foram os mais buscados já que muitos acreditavam que haveria uma paralisação completa da economia em março e abril.

Os equipamentos de homeoffice foram comprados frequentemente em grandes quantidades quando os estados começaram a fechar os escritórios e empresas.

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Para muitos, trabalhar em casa significou também o fim do deslocamento. Como resultado, os táxis, aplicativos como Uber (NYSE: UBER) e Lyft (NASDAQ: LYFT), serviços de transporte público e estacionamento, tiveram suas vendas reduzidas. Adicionalmente, com menos carros na estrada, as vendas de automóveis e as de autopeças também caíram.

Turismo entre os setores mais afetados pelo coronavírus

As ordens de ficar em casa  dizimaram o setor de viagens em 2020. Os gastos em companhias aéreas, hotéis, cruzeiros e aluguel de carros praticamente pararam. Sites de reservas de viagens on-line como Expedia (NASDAQ: EXPE), Airbnb e Priceline (NASDAQ: BKNG) viram uma queda brusca na sua receita.

Consequentemente, os americanos foram obrigados a se entreter em casa. De acordo aos dados divulgados pela Rakuten Intelligence, houve um aumento de 777% na compras de livros, seguido por um crescimento de 182% na categoria de brinquedos e jogos e de 131% nos itens de esportes e atividades ao ar livre, que incluem equipamentos de ginástica.

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Além disso, 32% dos consumidores entrevistados gastaram mais em serviços de streaming, como Netflix (NASDAQ: NFLX) e Disney Plus (NYSE: DIS). Dessa forma, essas empresas foram capazes de aumentar exponencialmente o número de assinantes.

Em uma entrevista para o site de notícias financeiras, “Market Watch“, o gestor da Hosler Wealth Management, Alexander Koury, explicou o que ocorre atualmente. “Este é um momento estressante para todos, e nossos dias podem ser preenchidos com novos desafios e responsabilidades que nos mantêm ocupados desde a manhã até as noites”.

Segundo o especialista do mercado financeiro, os americanos estão perdendo o sono devido à incerteza de suas finanças, emprego, saúde e bem-estar de seus entes queridos. Isso mostrou a importância que o tempo tem na vida de todos.

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Por isso, os americanos mudaram seus hábitos e começaram a dar mais importância aos gastos que economizam tempo. Elas são especialmente eficazes agora, pois permitem aos pais, que trabalham em casa, terem momentos de estresse reduzido.

Consequentemente, o coronavírus traz oportunidades para diferentes setores da economia norte-americana e global. Conforme as ordens de isolamento chagam ao fim e as pessoas voltam às ruas, tenta-se entender se os efeitos da pandemia serão duradouros ou passageiros.

Daniel Guimarães

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