China reage à ação dos EUA sobre Huawei prendendo dois canadenses

A China reagiu à ação dos Estados Unidos sobre a Huawei prendendo dois canadenses que estavam em seu território. Os dois foram detidos em dezembro sob acusações de espionagem. Os canadenses foram presos dias depois que o Canadá deteve a diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, a pedido dos EUA.

O governo da China nega que a medida tenha sido uma represália à prisão de Wanzhou. Assim, as autoridades argumentaram ser o “estado de direito”. Os presos pelos chineses foram:

  • Michael Kovrig: ex-diplomata que trabalhou em Pequim;
  • Michael Spavor: consultor e empresário.

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Assim, os dois são acusados pelo governo chinês de roubar e fornecer segredos de estado. Com isso, o as autoridades se pronunciaram através de porta-voz. “A Promotoria chinesa aprovou efetivamente sua recente prisão, segundo a lei” disse Lu Kang.

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Por sua vez, o Canadá condenou a ação chinesa. Assim, segundo um jornal canadense, o ministério das relações exteriores afirmou que a prisão foi arbitrária. “O Canadá condena firmemente a prisão arbitrária dos dois cidadãos, assim como havíamos condenado sua detenção arbitrária em 10 de dezembro passado”, disse.

Trump contra Huawei

Por outro lado, a detenção também ocorre após Donald Trump atingir a Huawei. Na quarta-feira (15), os Estados Unidos colocaram a empresa na “Lista de Entidades”.

Sendo assim, a gigante de tecnologia não pode mais comprar componentes americanos sem a autorização do governo. A medida de Trump atinge a companhia que depende de componentes dos Estados Unidos em sua cadeia de produção. Além disso, Trump também assinou um decreto proibindo as empresas e comprarem equipamentos de telecomunicações feitos por companhias consideradas como “risco à segurança nacional”.

Unidades de segurança dos EUA argumentaram que a Huawei e a ZTE são um risco à segurança nacional. Isso porque as empresas seriam “obrigadas a cumprir ordens do Partido Comunista”.

Diante disso, o asiático já havia prometido uma retaliação. “A China adotará todas as medidas necessárias para proteger os direitos legítimos das empresas chinesas”, informou Feng.

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China questiona ação dos EUA

Sobre a ação, a China informou que Trump deveria evitar impactos negativos à negociação comercial entre os dois países.  “A China enfatizou muitas vezes que não se deve abusar do conceito de segurança nacional. Ele não deve ser usado como ferramenta para protecionismo comercial”, disse Gao Feng, porta-voz do Ministério do Comércio chinês.

As últimas movimentações dos países fazem parte da guerra comercial travada entre os gigantes econômicos. As duas potências tentam há tempos um acordo. Contudo, até agora, as negociações não tiveram resultado e os dois países passaram a investir comercialmente um contra o outro.

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No início de maio, Donald Trump anunciou o aumento de tarifas na importação de produtos chineses. Dessa forma, a taxa passou de 10% para 25% sobre cerca de US$ 200 bilhões em importações da China.

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Por sua vez, a China retaliou. Desse modo, o país asiático também impôs taxas aos americanos e cerca de US$ 60 bilhões em produtos dos Estados Unidos devem ser taxados com impostos.

Apesar disso, até o momento, Trump e a China garantem que as negociações entre Washington e Pequim continuam. Entretanto, enquanto não se chega a um acordo, o embate reflete nos principais mercados acionários globais. Bolsas asiáticas, americanas e também a brasileira têm sofrido o impacto do conflito.

Beatriz Oliveira

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