China sancionará norte-americanos em retaliação a Hong Kong

A China informou, nesta segunda-feira (10), que irá sancionar 11 cidadãos norte-americanos. A decisão do governo chinês foi tomada após os Estados Unidos sancionarem autoridades chinesas e de Hong Kong, na última sexta-feira (7), sob a acusação de restrição às liberdades civis na cidade semiautônoma.

Dentre os que serão sancionados pela China estão os senadores do Partido Republicano, Marco Rubio, Ted Cruz, Tom Cotton, Pat Toomey e Josh Hawley, além do deputado Chris Smith e integrantes de organizações não governamentais.

“Em resposta a esses comportamentos errados dos EUA, a China decidiu impor sanções a indivíduos que se comportaram de forma flagrante em questões relacionadas a Hong Kong”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, em um comunicado à imprensa. O ministério, no entanto, não especificou quais seriam as sanções aplicadas.

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Os senadores Marco Rubio e Ted Cruz e o deputado Chris Smith já haviam sido sancionados pelas autoridades chinesas em julho. O movimento ocorreu em retaliação a punições estadunidenses a cidadõs chineses devido às acusações sobre o tratamento dado por Pequim à minoria muçulmana Uighur, na província de Xinjiang.

Tensão entre China e Estados Unidos

As sanções dos Estados Unidos para os principais funcionários de Hong Kong e às principais autoridades chinesas, na última sexta-feira, tiveram como alvo Carrie Lam, a presidente-executiva de Hong Kong, nomeada por Pequim, e diversos funcionários atuais e ex-funcionários responsáveis ​​por implementar a decisão de Pequim de exercer maior controle sobre a ex-colônia britânica.

“Os Estados Unidos estão ao lado do povo de Hong Kong e usaremos nossas ferramentas e autoridades para atacar aqueles que estão impossibilitando sua autonomia”, disse o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, em um comunicado.

Em 27 de maio, o congresso da China aprovou por 2.878 votos à favor e um contra, com seis abstenções, a lei que proíbe subversão, secessão, terrorismo e interferência estrangeira em Hong Kong. Para Donald Trump, a decisão viola as liberdades essenciais da cidade semi-autônoma, que protagoniza protestos pró-democracia desde o início de 2019. Trump já havia assinado um projeto de lei, no fim do ano passado, que expressa o apoio dos Estados Unidos aos manifestantes da cidade.

As tensões entre China e Estados Unidos se acentuaram nos últimos meses devido não somente a Hong Kong, mas também em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O governo estadunidense acusa Pequim de ter omitido as informações sobre a doença ainda em seu início, fazendo com que o vírus se alastrasse no planeta. Trump também rompeu as relações do país com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Além disso, a guerra comercial entre as duas maiores potências do planeta, em vigor desde meados de 2018, pode ser intensificada em função das últimas tensões. Nesta semana, representantes comerciais da China e dos Estados Unidos irão se reunir para discutir acerca do acordo comercial preliminar assinado em janeiro.

Jader Lazarini

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