CEO da Michelin deve substituir Carlos Ghosn no Conselho da Nissan

A Nissan definiu que em 8 de abril, os acionistas decidirão a substituição de Carlos Ghosn no Conselho de Administração.

O lugar de Carlos Ghosn deve ser ocupado por Jean-Dominique Senard: atual presidente do Conselho da Renault e CEO da Michelin.

Convocada a pedido da própria Renault, a reunião extraordinária deverá ter votação para remoção também de Greg Kelly do Conselho. Kelly é ex-diretor da montadora japonesa.

A Renault é a principal acionista da Nissan, além de parceira da mesma em uma aliança global.

Ghosn e Kelly foram presos em 19 de novembro de 2018, após serem encontradas incongruências nas remunerações declaradas.

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Acusações contra Carlos Ghosn

Aos 64 anos, Carlos Ghosn está preso em Tóquio desde 19 de novembro de 2018. O ex-presidente da Aliança Nissan-Renault-Mitsubishi alegou inocência e disse que foi injustamente acusado e detido.

O acusado ficará preso por um período adicional, referente à uma lei japonesa.

Assim, nesse país, se um pedido de liberdade sob fiança é negado, o réu deverá permanecer encarcerado. Por no mínimo dois meses após a decisão. Para Ghosn, o prazo vai até 10 de março.

As acusações contra Ghosn são:

  1. Sonegação de renda: a Promotoria japonesa diz que o executivo declarou apenas metade do que recebeu entre os anos de 2010 e 2015. O brasileiro teria ocultado US$ 44 milhões (R$ 172 milhões). Ghosn foi formalmente denunciado por sonegar informações acerca da sua renda real também entre 2015 e 2018.
  2. Transferência de prejuízos pessoais para a Nissan: a Promotoria alega abuso de confiança por parte do executivo, que transferiu temporariamente perdas de investimento pessoal para a Nissan em 2008. Ghosn, por sua vez, afirma que agiu com “a aprovação dos diretores da Nissan”. O brasileiro disse que pediu à empresa para assumir, temporariamente, a garantia de seus contratos de câmbio durante a crise financeira global de 2008. Ainda conforme Ghosn, a única outra alternativa à esta ação seria renunciar, e usar os recursos de sua aposentadoria como garantia. De acordo com o G1, o valor aproximado que a Nissan assumiu por Ghosn é de US$ 16,6 milhões.
  3. Uso pessoal de imóveis comprados pela Nissan: uma investigação interna da multinacional revelou que uma subsidiária montada na Holanda foi utilizada para comprar ou alugar imóveis corporativos. Carlos Ghosn se hospedava em tais imóveis quando viajava. Dos quatro imóveis identificados em quatro países diferentes, um fica no Rio de Janeiro.
Amanda Gushiken

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