Caminhoneiros falam em organizar nova greve em maio

Os caminhoneiros estariam preparando uma nova greve em maio. A categoria não teria ficado satisfeita com o pacote de medidas anunciado nesta terça-feira (16) pelo governo federal.

Os grupos de WhatsApp mais utilizados pelos caminhoneiros consideram o plano como o plano uma “cortina de fumaça”. Para os transportadores o governo estaria tentando ganhar tempo para evitar uma possível greve.

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Nas redes sociais começa a aparecer a ideia de uma nova paralisação a partir do dia 21 de maio. Exatamente um ano depois da greve que paralisou o Brasil por 11 dias.

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Reivindicações de melhores condições de trabalho

Segundo os representantes da categoria, os pedidos ao governo seriam de melhorias de condições de trabalho, e não maiores recursos financeiros. Eles criticam a nova linha de crédito para a manutenção do caminhão, anunciada pelo governo. Para os caminhoneiros, essa seria uma solução ineficaz.

Assim como seria pouco efetiva a proposta do cartão-caminhoneiro para compra de combustíveis. Para os transportadores essa solução não funcionaria para todos.

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A condição financeira dos caminhoneiros seria tão precária que poucos deles teriam acesso ao crédito. A maioria estaria com seus nomes sujos, e isso impediria qualquer solução de natureza financeira.

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E, para piorar, segundo os caminhoneiros a tomada de crédito em uma situação tão complicada seria um problema enorme para o futuro, quando esse dinheiro deveria ser pago.

Aguardando o presidente

Um dos líderes da categoria, o presidente da Cooperativa dos Transportadores Autônomos do Brasil (BrasCoop), Wallace Costa Landim, conhecido como Chorão, declarou que a medida anunciada pelo governo agradava os transportadores. Chorão salientou como a decisão do Executivo podia até evitar uma nova greve dos caminhoneiros. Entretanto, ele esperava uma manifestação do presidente Jair Bolsonaro para tomar uma decisão final sobre a questão.

Petrobras

Na última sexta-feira (13), o presidente Jair Bolsonaro solicitou que a Petrobras recusasse no aumento de 5,7% anunciado para o preço do diesel nas refinarias. A medida foi criticada e entendida como uma intervenção do governo na estatal.

A Petrobras sentiu as consequências da medida. Suas ações caíram mais de 8% na última semana, o que levou também à queda de 2% do Ibovespa. 

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Bolsonaro pediu o recuo e exigiu uma justificativa baseada em estudos para o aumento no preço do combustível. O governo adotou a medida por receio de uma reação dos caminhoneiros.

“O governo trabalha para melhorar as condições dos caminhoneiros. O presidente (Bolsonaro) sempre teve muita proximidade com os caminhoneiros. Ao longo da campanha, assumiu o compromisso de dar melhores condições de trabalho”, afirmou Lorenzoni.

Duas reivindicações

Entre as tradicionais reivindicações da categoria, estão o respeito do preço mínimo da tabela de frete e a redução do preço do óleo diesel.

Os caminhoneiros reclamam que as empresas estariam descumprindo o pagamento do valor mínimo imposto pelo governo do ex-presidente Michel Temer no ano passado. Por isso, cobram uma fiscalização mais ostensiva por parte da ANTT.

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Além disso, os caminhoneiros pedem que o governo mude o mecanismo de aumento do preço dos combustíveis. A categoria quer que o reajuste seja feito apenas uma vez por mês, e não diariamente. Segundo o presidente da BrasCoop, o Palácio do Planalto tem consciência da possibilidade de uma nova greve dos caminhoneiros

Carlo Cauti

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