Caixa perde espaço para concorrentes privados devido a taxa alta de juros

A Caixa Econômica Federal perdeu espaço no financiamento imobiliário, devido as taxas de juros de crédito serem superiores à dos concorrentes privados.

Desta forma, a Caixa perdeu espaço nas operações com recursos da poupança, método mais utilizado pela classe média em 2018.

De acordo com dados apurados pelo Estadão/Broadcast, no acumulado do último ano (até novembro), a participação do banco caiu de 40,43% para 22,31%.

Entretanto, um dos motivos do resultado é a política mais rígida de empréstimos adotada pela instituição.

Até novembro de 2018, R$ 51,33 bilhões foram concedidos em novos financiamentos. Esse valor é superior ao disponibilizado no mesmo período de 2017, equivalente a R$39,466 bilhões.

A redução da participação do banco da habitação fica mais aparente, por conta do crescimento no último ano do financiamento imobiliário com dinheiro de caderneta, conhecido como SBPE.

Em contrapartida, os concorrentes privados ganharam mais espaço com a queda da instituição pública. Entretanto, quem ganhou mais mercado foi o Bradesco, onde a fatia passou de 18,21% (2017) para 26,30% (2018 até novembro).

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Novo presidente

Na última segunda-feira (7), após ser empossado como novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães declarou que o foco da instituição é atender a população de baixa renda e que a classe média terá que pagar mais para conseguir o benefício pelo banco.

“Não será juros do Minha Casa, Minha Vida, que é para quem é pobre. A classe média tem que pagar mais ou vai buscar no Santander, Bradesco, Itaú”, disse o novo presidente.

De acordo com Guimarães, a classe média terá que pagar juros acima dos disponíveis para quem se enquadra no programa Minha Casa Minha Vida e esse juros será referente ao mercado.

“Na caixa, vai pagar juro maior que Minha Casa, Minha Vida, certamente, e vai ser um juro de mercado. A Caixa vai respeitar acima de tudo o mercado, lei da oferta e da demanda”, afirmou Guimarães.

Entretanto, na última terça-feira (8), o novo presidente da Caixa negou que o banco vá aumentar os juros para a classe média.

Renan Bandeira

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