Caixa Federal vai entrar no mercado das ‘maquininhas’, diz presidente

A Caixa Econômica Federal pretende entrar em breve no mercado de adquirência, responsável pelo credenciamento de lojistas e captura de transações feitas com cartões de crédito e débito.

“Somos o único banco que não tem uma adquirente. Isso vai mudar em dois meses”, declarou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. A fala foi feita num evento do Credit Suisse, em São Paulo. “Recebemos zero por esse serviço e pela antecipação de recebíveis”.

Saiba mais: Creditas obtém licença do BC para operar como sociedade de crédito

Saiba mais: Creditas vai crescer 3 vezes em 2019 e contratar 500 pessoas, diz VP

Todos os seus grandes concorrentes já têm operação nesse mercado. O Itaú é dono da Redecard. O Santander é acionista da Getnet. E Bradesco e Banco do Brasil têm participação na Cielo, empresa cuja venda de maquininhas tem parceria com a Caixa, ou seja, uma atuação indireta.

A Caixa é responsável por 96 milhões de cartões de débito e 5 milhões de cartões de crédito. O banco estatal também pretende lançar um cartão de crédito consignado, com taxas mais baixas. A Caixa colocou como meta que o novo cartão alcance 30 milhões de unidades.

Saiba mais:

Securitização

Pedro Guimarães também afirmou que a Caixa não explora a securitização como funding do modo adequado. Segundo ele, a meta de chegar a R$ 100 bilhões com essas operações “é pouco”.

“Por que preciso de R$ 500 bilhões de crédito imobiliário? Se eu conseguir criar essa securitização no mercado interno e se, com mudança na legislação, também para o mercado internacional, eu posso vender R$ 50 bilhões por ano de securitização e originar R$ 100 bilhões para o crédito imobiliário”, declarou.

Quando Guimarães foi questionado se o banco pode ser garantidor de securitização em crédito para o mercado, assim como ocorre no México, o executivo confirmou que sim. “Se o mercado imobiliário crescer, a Caixa ganha por osmose”, disse.

Outro alvo da securitização, além do imobiliário, será a carteira de crédito de grandes empresas, mercado em que a Caixa “tende a zero”, segundo ele. “Queremos acelerar a redução dessa carteira, porque tem crédito de mais quatro, cinco, seis anos”.

Guilherme Caetano

Compartilhe sua opinião