Cade irá analisar compra da Tecnoguarda pela Brinks

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) anunciou que irá analisar a compra da Tecnoguarda pela Brink’s. A decisão foi tomada após um despacho ser assinado na última sexta-feira (18), remetendo para análise do Tribunal a operação entre as duas empresas de segurança e proteção.

As duas empresas atuam no mercado de transporte e custódia de valores. A Superintendência-Geral do Cade recomendou ao Tribunal que o negócio entre a Brinks e a Tecnoguarda tenha restrições.

No Mato Grosso, a Brinks é o principal agente do mercado de atuação e a única empresa que tem bases operacionais em toda área do estado, o que faz com que ela tenha uma grande tendência de crescimento.

Sendo assim, se o negócio entre as empresas for fechado, a Brinks e a Tecnoguarda irão deter, juntas, entre 80 e 90% do mercado de atuação delas, levando em conta o faturamento das empresas. Em número de carros-fortes, o percentual pode ficar entre 70 e 80%.

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Efeitos da negociação

A Superintendência do Cade afirma que a realização do negócio pode gerar efeitos anticompetitivos no mercado. Em Goiás, o Cade também constatou que nos últimos anos ocorreram diversas operações de compras de empresas de transporte, o que diminuiu expressivamente o número de empresas concorrentes.

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De acordo com o parecer do Conselho, a Brinks, uma das maiores empresas no setor de transporte do País, pode estar colocando em prática uma estratégia de crescimento que se baseia na compra de players com atuação regional, como o negócio recente com a Tecnoguarda.

O caso deve ser analisado no Tribunal do Cade, parte responsável pela decisão sobre a aprovação, reprovação ou imposição de restrições na operação.

Vale destacar que a operação foi notificada no dia 28 de março deste ano e o prazo para a decisão final do Cade é de 240 dias, com uma prorrogação de até 90 dias. Procurada pela reportagem da Suno Notícias, a Brinks não se manifestou até o momento.

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Juliano Passaro

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