Brexit: Parlamento aprova saída da UE, mas nega acelerar processo

O Parlamento britânico aprovou, nesta terça-feira (22), o acordo sobre o Brexit apresentado pelo primeiro-ministro, Boris Johnson. O documento é o entendimento entre Johnson e as autoridades europeias na última semana.

Essa é a primeira vez que o parlamento britânico aprova um texto favorável à saída do Reino Unido da União Europeia (UE). O texto permite uma saída britânica do bloco de maneira ordenada. Entretanto, logo após a aprovação, o parlamento rejeitou uma moção para realizar o Brexit até o dia 31 de outubro.

O Parlamento decidiu que necessita de mais tempo para analisar o acordo de separação, que tem 110 páginas. Com esse voto, o “divórcio” da UE, volta à encruzilhada: não deveria ocorrer até dia 31 de outubro, mas ser postergado.

Votação sobre Brexit representa reviravolta para Johnson

A princípio, a votação representa uma reviravolta para o primeiro-ministro que, em três meses, renegociou um acordo com a UE e convenceu a Câmara dos Comuns, que estava amplamente dividida.

Johnson conseguiu que seu acordo fosse aprovado por 329 parlamentares e rejeitado por 299. Já a moção obteve apoio de 308 parlamentares, mas foi rejeitada por 322. O que explica a aprovação na primeira votação é a estratégia dos parlamentares em propor emendas ao texto original.

Confira também: Brexit: Boris Johnson diz que poderá convocar eleições gerais no Parlamento

O primeiro-ministro comemorou a aprovação do texto, contudo, repudiou a decisão dos parlamentares em adiar, mais ainda, o debate sobre o conteúdo da proposta.

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“A União Europeia deve, agora, resolver o que fará sobre o pedido de prorrogação. Conversarei com membros da UE para conhecer suas intenções. Até que eles cheguem a uma conclusão, suspenderemos esta legislação. Serei claro, nossa posição segue sendo de que não devemos adiar (o Brexit)”, disse Johnson.

Johnson sinaliza possíveis novas eleições gerais

Além disso, Johnson declarou, no começo do dia, que pretende convocar novas eleições gerais se a UE aprovar a prorrogação do Brexit. Entretanto, a medida do primeiro-ministro precisará ser aprovada pelo Parlamento, já que a próxima eleição será apenas em 2022, teoricamente.

Rafael Lara

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