Brexit não será votado no Parlamento britânico após recuo do governo

O Parlamento do Reino Unido não votará o Brexit nesta terça-feira (11). De acordo com fontes internas ao governo britânico, a primeira-ministra Theresa May decidiu recuar por medo de uma derrota.

Por isso, o governo de Londres não enviará mais para o Parlamento o projeto de acordo sobre o Brexit. O Brexit é a saída do Reino Unido da União Europeia.

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A decisão de May seguiu as advertências de Julian Smith, líder do partido Conservador na Câmara. Smith alertou que o acordo sobre o Brexit sofreria uma derrota esmagadora se ela insistisse em apresentá-lo no Parlamento. Segundo ele, dezenas de parlamentares conservadores votariam contra o texto.

Esta manhã, o governo britânico informou formalmente que a votação estava prevista “como planejado”.  Entretanto, pouco depois a primeira-ministra disse a seu gabinete em teleconferência que o voto seria adiado.

Turbulência nos mercados

Logo após a divulgação da notícia, a libra caiu 0,7% em relação ao euro, sendo negociada a € 1,1087 logo após o meio-dia local. Esse é a cotação mais baixa da libra desde setembro. A moeda também caiu 0,5% em relação ao dólar, cotada em US $ 1,2662. A menor cotação desde junho de 2017.

A Bolsa de Londres opera em alta de 0,34%, mas chegou a registrar perdas durante a manhã. Uma situação que sugere um aumento no nervosismo dos investidores sobre o crescimento econômico do Reino Unido no futuro. Isso por causa das maiores probabilidades de um Brexit sem acordo.

May deveria falar à Câmara dos Comuns às 15:30 locais (as 13:30 no Brasil), explicando sua decisão de anular a votação. Além disso, a primeira-ministra deverá informar como pretende encontrar uma maneira de superar o impasse político nos próximos dias.

May pede ajuda à UE

A primeira-ministra do Reino Unido espera que esse atraso no voto garanta um acordo melhorado com Bruxelas. May viajará para uma cúpula do Conselho Europeu na quinta-feira (13) para pedir a ajuda dos outros 27 países membros da UE.

O principal ponto de discórdia para os parlamentares conservadores sobre o acordo do Brexit se tornou a questão da fronteira irlandesa.

Carlo Cauti

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