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Brasil tem um problema grave de educação financeira, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, declarou nesta sexta-feira (8) que o Brasil tem um “problema grave de educação financeira”. Segundo ele, a instituição monetária central está trabalhando para melhorar essa condição, pois isso geraria vantagens para a economia como um todo.

“O Brasil tem um nível de educação financeira ainda menor do que o nível de educação geral, que já é muito baixo. Essa é uma questão que devemos melhorar, pois é fundamental para o desenvolvimento da economia como um todo”, declarou Campos Neto.

O presidente do Banco Central salientou algumas medidas que a instituição está elaborando para tentar resolver o problema. Entre elas, a abertura dos bancos em alguns sábados, onde serão realizados feirões de dívidas e cursos de educação financeira juntos.

“Já estamos organizando com os bancos para permitir a abertura das agências bancárias em alguns sábados. Vão ser propostos feirões das dívidas, mas quem quiser renegociar suas dívidas vai ter que fazer um curso de educação financeira”, explicou o presidente do Banco Central.

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Campos Neto discursou durante um evento com empresários italianos realizado em São Paulo, organizado pela Embaixada da Itália no Brasil e pelo Consulado Geral da Itália em São Paulo.

Educação financeira é fundamental para os mais pobres, segundo Campos Neto

Campos Neto salientou como esse baixo nível de educação financeira é prejudicial especialmente para as camadas mais baixas da população brasileira.

“O crédito no Brasil acaba se tornando um produto regressivo. Isso pois as pessoas que mais utilizam os produtos creditícios mais caros, como o cheque especial, têm, em grade maioria, nível médio de educação e rende de até dois salários mínimos”, salientou o presidente do BC, “é óbvio que os cidadãos com essas características que tomam crédito com taxas de juros de 340% ao ano acabam quebrando. Não tem como pagar”.

Campos Neto salientou como há algumas iniciativas que o BC vai divulgar em breve para melhorar o nível de educação financeira dos brasileiros. Entretanto, segundo o presidente do BC, “a questão é como fazer cursos nas escolas”.

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“Cursos de educação financeira on line têm vários. A questão é como educar desde cedo os brasileiros, diretamente na escola, sobre esses pontos”, salientou o presidente do Banco Central.

Segundo ele, uma melhora nesse aspecto no Brasil poderia também melhorar o score de crédito das pessoas. E isso também garantiria uma redução das taxas de juros para o crédito no Brasil.

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“Nosso objetivo é uma democratização do setor financeiro. Para que todos possam ter acesso ao mercado financeiro. E nosso programa se baseia em quatro pontos. Inclusão, competitividade, transparência e educação financeira”, declarou Campos Neto.

Carlo Cauti

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