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Juros baixos não são ‘gatilhos’ para Brasil retornar ao grau de investimento, diz Moody’s

A agência de classificação de risco de crédito, Moody’s, informou que o corte da taxa básica de juros (Selic) não representa retomada forte da economia do Brasil.

De acordo com a vice-presidente e analista sênior da Moody’s, Samar Maziad, os juros mais baixos impactarão apenas na demanda e nos investimentos. Portanto, o desenvolvimento do Brasil nos últimos meses, como corte na taxa básica e o desdobramento de reformas não melhoram a nota de crédito.

“A aprovação da reforma da Previdência não é um gatilho para [elevar] o rating. O cenário-base para manter o rating atual é ter sustentabilidade fiscal”, disse a vice-presidente durante evento promovido na última terça-feira (24) pela agência.

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Atualmente, de acordo com a Moody’s, a classificação do Brasil é Ba2. Correspondente ao grau especulativo e dois abaixo do grau de investimento.

Retorno do Brasil ao grau de investimento vai demorar

Além disso, o economista Luiz Fernando Figueiredo, que participou do evento, salientou que o País vai demorar para se recuperar economicamente.

“Imagina que está todo mundo no nível do mar. O Brasil está 20 metros debaixo da água. Se vier um tsunami, o Brasil não vai nem sentir que passou. Mas, se não subir a tempo, morre asfixiado”, ressaltou Figueiredo.

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A agência prevê crescimento de apenas 0,9% no Produto Interno Brasileiro (PIB) em 2019. Esse valor é diferente do previsto pelos economistas do Banco Central (BC) de 0,87%. No entanto, para 2020, a previsão foi similar a do BC, em torno de 2%.

O relatório divulgado, durante o evento, apontou que o crescimento potencial do Brasil está estagnado entre 2% e 2,5%. Desse modo, após as análises da Moody’s ficou concluído que a volta do País ao grau de investimento ainda vai demorar alguns anos.

Poliana Santos

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