Brasil assina acordo militar com EUA que pode chegar a US$ 100 bilhões

O governo brasileiro ratificou neste domingo (8) um acordo militar de cooperação para desenvolvimento de projetos com os Estados Unidos. A parceria da acesso ao Brasil a um fundo de tecnologia de defesa que pode chegar a US$ 100 bilhões (R$ 463 bilhões).

O acordo militar entre os dois países pode proporcionar ao Brasil a possibilidade de capacitar sua indústria. Além disso, o projeto pode abrir o mercado norte-americano para o setor de indústria militar nacional.

O acordo para pesquisa, desenvolvimento, testes e avaliação (RDT&E, na sigla em inglês) dá a possibilidade do Brasil desenvolver projetos para tecnologias de defesa.O financiamento será proporcionalmente divido entre os governos dos dois países.

A elaboração da proposta, no entanto, será realizada por empresas privadas do setor. Tanto empresas brasileiras como norte-americanas poderão se associar e se candidatar para o fundo de financiamento. O resultado final ainda pode levar a um produto com patentes divididas entre os dois países e aproveitadas pelas empresas que desenvolveram.

O montante do financiamento não tem valor fixo obrigatório. Desse modo, as despesas serão dividas entre os dois países com as devidas proporções. No que se refere a economia e o orçamento disponível dos dois países.

Da mesma maneira, o aporte de tecnologia inicial não terá a necessidade de ser equitativo. De acordo com o governo brasileiro, isso poderá trazer vantagens ao País

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Segundo os últimos dados, o Brasil exporta hoje produtos de defesa para 85 países, com vendas de 1,23 bilhão de dólares em 2019. Atualmente, existem no País 220 empresas no setor, com destaque para a Embraer (EMBR3), a Taurus (TASA3; TASA4) e a Companhia Brasileira de Cartuchos. Essas empresas, no entanto, são em sua maioria de médio ou pequeno porte. O governo defende que o acordo poderia trazer mais capacitação à indústria brasileira.

Para o governo brasileiro a meta é abrir mais mercados para os produtos do setor militar. O Brasil tem em vista principalmente o mercado americano e o dos países que integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), qual o País aliado no ano passado.

“Quero ressaltar que o acordo que assinamos hoje vem a somar com o que aconteceu em 2019, quando depois de 20 anos tivemos a aprovação do acordo de salvaguardas tecnológicas (para uso da base de Alcântara). Em seguida fomos reconhecidos como aliados extra-Otan. Esse é mais um acordo inédito”, disse o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.

O acordo militar entre Estados Unidos e Brasil foi resultado de uma recente política de aproximação entre os países, após a posse de Jair Bolsonaro na presidência no ano passado.

Arthur Guimarães

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